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Banda liderada por Kevin Parker (segundo à dir.) tocará inéditas no Brasil | Maciek Pozoga/Divulgação
Banda liderada por Kevin Parker (segundo à dir.) tocará inéditas no Brasil| Foto: Maciek Pozoga/Divulgação

Show

Tame Impala e Audac

Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82, Sé/República – São Paulo), (11) 3231-3705. Dia 15 de agosto, às 21 horas. Ingressos a R$ 140 e R$ 70 (meia-entrada), à venda no site cinejoia.tv/ingressos.

O show da festa Mixtape Multishow será exibido ao vivo, no dia 14 de agosto, pelo site www.multishow.com.br/mixtape

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Eram os deuses astronautas? Se você amava aquelas bandas que faziam uma música na medida para ser enviada em cápsulas ao espaço sideral, tipo Pink Floyd, David Bowie & Spiders from Mars, T-Rex, Cream, então você não pode perder o show do Tame Impala, grupo de Perth, Austrália, uma das novas sensações do rock.

A mais fina psicodelia do momento – tão refinada quanto a do Flaming Lips, mas sem o aspecto performático – chega ao Brasil para um show em São Paulo no dia 15 de agosto, no Cine Joia (no dia anterior, tocam no evento fechado Mixtape Multishow), com abertura da banda curitibana Audac. Estão em evidência: dois dias antes de embarcar para o Brasil, eles tocam no Lollapalooza de Chicago.

"Nunca estive aí antes. Tudo que sei sobre o Brasil está resumido em um nome: Os Mutantes", diz o novo gênio da space trip universal, o australiano Kevin Parker, líder do Tame Impala, falando à reportagem por telefone. "Esses caras foram realmente visionários. Acho que o som deles tem tudo a ver com o nosso. Acho que conheço também ‘Jesus Come Back to Earth’ [de Arnaldo Baptista]. Esse som tem tudo a ver com o som do Tame Impala", conta o músico.

O Tame Impala se tornou um culto mundial após um único disco, Innerspeaker, lançado em 2010. O nome esquisito deriva de um animal, um tipo de antílope, cujo nome é Impala. Não tinham mais nada gravado, mas chegam ao Brasil a bordo de um novíssimo álbum, que só será lançado em outubro, Lonerism (Modular Recordings). "Vamos tocar algumas canções do novo disco aí. Não sei quantas. Quando tocamos ao vivo, a gente foca no repertório mais conhecido, mas estamos experimentando com as músicas novas", afirmou.

Uma que Kevin promete que vai tocar é "Apocalypse Dreams", o primeiro single do novo disco. "Eu gosto de David Gilmour, eu gosto do Pink Floyd. Quando eu ouço o Pink Floyd, me dou conta de quão intenso era o space rock. Mas também ouço outras bandas", diz o músico. Por exemplo: eles costumam tocar uma cover de "Angel", do Massive Attack. "Claro, o trip-hop também foi muito influente para a gente. Mas há uma diferença, eles usam muito o eletrônico, a gente não, tocamos nossos instrumentos".

Paladares

O Tame Impala é tão peculiar na nova cena do rock que até já deu cria. O grupo mantém uma banda paralela, Pond, que também já tem um disco novo (Beard Wives Denim). "[Os trabalhos com bandas paralelas] só existem porque muita gente ouve a nossa música, e mais pessoas integram a banda, cada uma com suas predileções. O Tame Impala é mais a minha cara, eu compus todas as músicas do novo disco, então tem uma prevalência. O Pond vai para outro lado, agrada a outros gostos", diz o guitarrista e vocalista.

Os outros paladares da banda são Dominic Simper (guitarra), Nick Allbrook (baixo) e Jay Watson (bateria e vocais de apoio). Kevin Parker já definiu o grupo como uma "jamming band", uma banda a serviço da improvisação, e explica: "Esse espírito de jam faz você se sentir em movimento. Adoro também o jeito como funciona a sintonia com a plateia, de como você leva a música para o lado que aquele público está querendo naquele momento. Tem muito a ver com um tipo de música que a gente gosta, que é a música psicodélica dos anos 1960, uma música que tenta tirar as pessoas de um estado de consciência e elevá-las, tirá-las da razão", ele diz.

Kevin Parker (cuja voz pode lembrar terrivelmente os momentos mais psicodélicos de John Lennon) não é de falar muito. Define-se como antissocial. Mas trabalha alucinadamente. Recentemente, gravou com a francesa Meloy’s Echo Chamber (grupo de uma mulher só, Melody Prochet) um disco em Cavalière, na França, fundindo rock, pop hipnótico, Pram, Spiritualized, Olivier Messiaen e Robert Wyatt. O resultado dessa incursão francesa é o álbum Crystallized (Fat Possum Records). O primeiro single do Tame Impala, "Sundown Syndrome", há dois anos, integrou a trilha do filme Minhas Mães e Meu Pai, de Lisa Cholodenko, indicado ao Oscar.

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