À francesa
Saiba mais sobre a cultura francesa e o Paraná
Referência
O grande centro fomentador da cultura francesa no Paraná é a Aliança Francesa de Curitiba, que tem as suas origens em 1908, mas que tem o seu marco zero oficial no dia 18 de agosto de 1932, quando foi fundado o Centro Francês do Paraná.
Excelência
No entanto, é após a Segunda Guerra, que a Aliança Francesa de Curitiba se transforma em um centro de referência, devido à parisiense Hélène Fanny Ginvert Garfunkel, a Madame Garfunkel, que presidiu a instituição e, devido à sua ampla cultura e repertório, viabilizações ações que fizeram da Aliança de Curitiba uma das unidades mais respeitadas do Brasil.
Novas frentes
Além de inúmeras contribuições para a cultura paranaense e brasileira, a França estreitou a sua relação com o Paraná no final da década de 1990, quando a Renault instalou em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, uma unidade montadora de automóveis, o que abriu novos horizontes para a economia paranaense.
O Paraná tem tantos pontos de contato com a França que não é exagero dizer que este estado brasileiro é uma colônia francesa. De edifícios a modos de ver o mundo, é só pensar em qualquer expressão humana local que, voilá!, há um diálogo com o país de Napoleão Bonaparte.A Padaria Francesa, estabelecimento comercial que se situava na Rua Direita, 19 (atual Rua Treze de Maio) foi o primeiro ponto de influência francesa no Paraná.Esta e outras informações estão distribuídas pelas 214 páginas do livro Os Franceses no Paraná, de Maí Nascimento Mendonça e Maria Thereza Brito de Lacerda, que será lançado amanhã, dia 16, a partir das 19 horas, no Paço da Liberdade Sesc Paraná, em um evento fechado apenas para convidados.
A obra, produzida com recursos da Lei Rouanet, não será comercializada. A Aliança Francesa de Curitiba, entidade cultural que encomendou a publicação, vai distribuir exemplares para bibliotecas de todo o país.
Vasta influência
O difícil é "ver" algo sem influência da França no Brasil meridional. Em Curitiba, por exemplo, basta circular pelas ruas para se deparar, por exemplo, com o portão do Passeio Público, referência ao Cemitério de Cães de Paris, ou o Castelo do Batel, edificação construída entre 1924 e 1928, totalmente inspirada em castelos franceses.
Os três grandes planos urbanos de Curitiba são de origem francesa. O primeiro, encomendado pelo primeiro presidente da província, Zacarias de Góes e Vasconcellos, tem assinatura do engenheiro francês Pierre Louis Talouis. O urbanista francês Alfred Agache empresta o sobrenome ao plano que estruturou a urbanização da capital na década de 1940. O plano diretor de 1965 também pode ser entendido como made in france.
Bolsas e folclore
A Aliança Francesa de Curitiba, sobretudo após a Segunda Guerra, distribuiu bolsas a paranaenses, que passaram temporadas na França para ampliar horizontes, respirar outros ares e trazer repertório mais cosmopolita ao Paraná. Poty Lazzarotto, Wilson Martins, Jaime Lerner e Maria Thereza Brito de Lacerda, que realizou as pesquisas para este livro, são alguns dos bolsistas todos eles se notabilizaram em suas áreas de atuação.
Mas, além dos elementos históricos, as autoras chamam a atenção para o fato de o livro registrar a trajetória das famílias francesas que se fixaram no Paraná e alguns casos pitorescos. O mais curioso diz respeito à canção "Monsieur le Consul à Curitiba", de 1950, de autoria de Jacques Hélian, que fazia parte do repertório de Maurice Chevalier, muito popular na metade do século passado. Jamile Cury, bolsista paranaense, tornava-se o centro das atenções na França, por ser uma visitante da cidade citada na canção como um pequeno canto charmoso e tranquilo, o que sugere que as pontes que ligam Curitiba a Paris são muitas.
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"Já se pôde observar o espírito inquieto dos pioneiros franceses, pouco feitos para as fainas agrícolas e pastoris pelo menos os que imigraram para o Brasil, conforme deduz Wilson Martins. Ou seja: eram mais urbanos. O Paraná, província independente de São Paulo desde 1853, teve de se adaptar a uma série de exigências imperiais na transformação político-administrativa. Entre essas exigências havia algumas obras na capital, obras estas que, em seu conjunto, promoveriam a primeira grande transformação do traçado urbano de Curitiba. E nisso se viu o dedo francês. Em 1.º de maio de 1855, conforme relatório do presidente Zacharias de Góes e Vasconcellos, chegou à Província o engenheiro francês Pierre Louis Talouis aquele da Colônia Thereza, sogro do doutor Faivre. Foi contratado como inspetor geral de mediação e demolição das terras públicas, acompanhado de agrimensores, desenhadores, escreventes e outros profissionais necessários, para dar início aos trabalhos de sua comissão."
Trecho de Os Franceses no Paraná, de Maí Nascimento Mendonça e Maria Thereza Brito de Lacerda.
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Serviço:
Os Franceses no Paraná, de Maí Nascimento Mendonça e Maria Thereza Brito de Lacerda (Aliança Francesa, 214 págs.). O livro não será comercializado. Lançamento para convidados nesta terça-feira (16), a partir das 19 horas, no Paço da Liberdade Sesc Paraná (Pça Generoso Marques, s/nº). Outras informações: (41) 3223-4457.
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