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Um dos seriados de maior sucesso da televisão nos últimos anos, "A Grande Família" chega aos cinemas agora em versão cinematográfica. A produção aposta na mesma fórmula televisiva, esperando, assim, agradar aos fãs que acompanham a série há seis temporadas.

O longa nada mais é que apenas uma versão esticada de um episódio normal, que na TV dura cerca de meia hora, e aqui se prolonga por mais de 100 minutos. Porém, não há nenhum ganho substancial nos personagens ou trama para justificar tal empreitada. A única razão de existir é capitalizar em cima do programa, que não dá sinais de desgaste, mesmo estando no ar há tanto tempo.

A trama do filme é uma comédia de erros rocambolesca que deixa algumas pontas soltas, que provavelmente serão retomadas na próxima temporada na televisão. A mais importante delas é a gravidez de Bebel (Guta Stresser). Há também a possibilidade de migrar para a telessérie a personagem de Dira Paes, que é apresentada no filme. Marina é uma colega de trabalho de Lineu que tenta seduzi-lo no escritório.

O patriarca Lineu (Marco Nanini) também passa por transformações. Depois da morte de um colega de trabalho, ele acha que está doente e prestes a morrer. Essa é a desculpa para o enredo explorar três tramas na vida da família a partir da possível da morte do personagem. Seguindo rastros de clássicos como "Rashomon", de Akira Kurosawa, o longa lida com várias possibilidades a partir de um ponto inicial.

As três possibilidades incluem a presença de Carlinhos (Paulo Betti), ex-pretendente de Nenê, que ela reencontra trabalhando num supermercado; um baile, no qual Lineu e sua mulher se conheceram e frequentam há 40 anos; e a gravidez de Bebel.

No entanto, o que muda as tramas e conduz cada segmento é a forma como Lineu encara a morte. Às vezes deprimido, outras, conformado ou até exageradamente abnegado, o personagem altera toda a vida da família e da vizinha Marilda (Andréa Beltrão).

O elenco é o mesmo da série, que também inclui Pedro Cardoso, como marido de Bebel; Lúcio Mauro Filho, como o primogênito e preguiçoso Tuco; e Tonico Pereira, como colega de trabalho de Lineu.

"A Grande Família - O Filme" tem cenas rodadas em locações (e não apenas em estúdio, como o seriado), mas isso não faz muita diferença, visto que os quiproquós dos personagens não vão muito além daquilo tudo que já exploraram na televisão.

Dirigido por Mauricio Farias, que também assina a série da televisão, além do longa "O Coronel e o Lobisomem", "A Grande Família - O Filme" se esforça para ter algum diferencial em relação ao programa original, com uma história que tem mais cara de cinema do que televisão, mas seu ritmo, interpretações e soluções não conseguem ir além de um episódio ampliado.

O longa chega às telas com uma séria responsabilidade, no entanto. Para os especialistas em mercado cinematográfico brasileiro e as empresas produtoras do longa (Globo Filmes e Europa Filmes), esta é a grande aposta de 2007.

Com um lançamento nacional em 250 cópias, espera-se que "A Grande Família - O Filme" alcance a casa do um milhão de ingressos vendidos - ou repita o sucesso do blockbuster brasileiro do ano passado, "Se Eu Fosse Você", que fez mais de 3,5 milhões de ingressos.

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