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São Paulo – Seguindo o exemplo dos que pregam que uma imagem diz mais que mil palavras, Os Paralamas do Sucesso resolveram contar seus 25 anos de carreira com ajuda de um farto material fotográfico, boa parte dele inédita e reunida no livro Os Paralamas do Sucesso (Editoras Senac Rio e Jaboticaba, 240 págs., R$ 89). São mais de 300 imagens, entre coloridas e P&B, todas creditadas ao fotógrafo oficial (ou "retratista oficial", como brinca o baterista João Barone) do grupo, Mauricio Valladares, que acompanha a carreira dos Paralamas desde o seu início, em shows e viagens.

Homem também de rádio, Valladares apresentava o programa Rock Alive, na extinta e histórica Rádio Fluminense FM, quando tomou conhecimento da banda. Na própria introdução do livro, ele detalha o diálogo que teve com Hermano Vianna, irmão de Herbert, que culminou no encontro com os Paralamas. Hermano foi pegar um disco do The Clash, Combat Rock, que havia ganho do programa, e aproveitou para falar do então desconhecido grupo do irmão. "Caramba, é mesmo? Qual o nome dele?", perguntou Valladares. "Os Paralamas do Sucesso", respondeu Hermano. "Ha ha ha... Que nomezinho, hein", retrucou. "Pois é, eles estão acabando de gravar a primeira demo", disse Hermano. "Então, me manda logo para eu começar a tocar."

A ‘demo’ dos meninos chegou rapidinho às mãos de Valladares, que mantinha na época (e ainda mantém no seu atual Ronca Ronca, na Rádio Oi) um formato de programa que dava espaço para gente nova na música, além de tocar os já conhecidos. "E, em seguida, ‘Vital e Sua Moto’ se alastrou pelos ouvidos de uma multidão curiosa", escreveu o fotógrafo. O primeiro a tocar Paralamas também se tornou amigo do trio, a ponto de ser considerado o quinto Paralama, já que o posto número quatro pertence a Zé Fortes, o empresário e outro amigo de longa data deles. Meio que informalmente, Valladares acompanhava os rapazes onde quer que eles fossem.

E aquela velha história: fotógrafo não vive sem uma câmera a tiracolo e câmera por perto pede registros. Valladares fez uma porção deles. "Sempre estive com eles, em várias situações", conta. Essa convivência rendeu muito material, sobretudo durante os anos 80 – além de torná-lo o responsável pelas imagens de todos os álbuns da banda. Agora, o livro vem ao encontro de um antigo projeto tanto do fotógrafo quanto da própria banda. "Acho que a fotografia se realiza ao máximo quando está impressa", acredita Valladares. Um esboço desse projeto já havia sido discutido quando a banda completou dez anos de estrada. Mas acabou não saindo. A idéia voltou à tona nos 20 anos do grupo, mas o acidente de Herbert interrompeu todo e qualquer plano.

A história dos Paralamas, no entanto, continuava a ser escrita e o fotógrafo oficial continuava lá, ao lado deles. O que originou cenas tocantes, como a de Herbert Vianna em plena fase de recuperação, numa cama de hospital, com Barone ao seu lado. "Foi um momento muito duro, mas sempre estávamos esperançosos. A música recuperou Herbert", lembra o fotógrafo. Barone conta que a banda tinha certa resistência em incluir essa imagem de Herbert, mas que Valladares batalhou para que ela fosse mantida. "É uma das fotos mais especiais. Ela é muito impactante", diz o baterista. "São muitas as imagens representativas, cada uma traz uma fase dos Paralamas."

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