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Hoje parte do imaginário da música brasileira, "Você Não Soube Me Amar" foi mais que um hit de refrão pegajoso que fez a banda Blitz estourar nacionalmente em 1982. O compacto dançante, de letra esperta e bem-humorada, foi um sopro de frescor na cena nacional e abriu as portas para a geração mais importante do rock brasileiro.
Passados 30 anos e ainda na ativa depois de uma série de mudanças na formação, o grupo liderado por Evandro Mesquita foi para a estrada com um show comemorativo, que revisa este e outros hits e homenageia bandas como Gang 90 e as Absurdettes, Os Paralamas do Sucesso e Legião Urbana.
A banda, completada por Juba, Billy Forghieri, Andrea Coutinho, Nicole Cyrne, Cláudia Niemeyer e Rogério Meanda, passa pelo Teatro Positivo nesta sexta-feira.
Em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo, Mesquita explica que o show é uma espécie de celebração. "Trinta e tantos anos de estrada não é pra qualquer um. E viemos provando que música boa não tem prazo de validade", comemora.
O músico explica que o papel de desbravamento feito pelo Blitz tem a ver com sua origem no grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, do qual fazia parte. Ali surgiu a ideia de criar o Circo Voador, um espaço que funcionou como ponto de encontro para todas as artes no Rio de Janeiro. "Foi um bochicho forte", recorda.
Com uma "fitinha cassete safada" em mãos e recomendações positivas da banda 14 Bis, Mesquita procurou Mariozinho Rocha, produtor da gravadora Odeon, que acabou adorando o Blitz. "A gente conseguiu vender muito numa época de crise do mercado. Todas as bandas que ainda estavam na garagem viram que estava havendo uma abertura. E a Blitz foi capitaneando uma nova fase da MPB, mais perto da juventude, uma poesia mais de rua em tom coloquial, não tão inteligentoso, panfletário, didático. E estamos aí até hoje", conta Mesquita, celebrando a presença de jovens nas plateias da banda. "Pensávamos que iríamos tocar só para uma geração que acompanhou a história de perto", diz.
De olho nesta renovação, o grupo está gravando um disco de inéditas, que só sai em 2015, mas que pode ter algumas de suas canções incluídas nos shows. "Tem humor, uma poesia de rua ligeira, uma sonoridade pop que mistura influências daqui e de fora. Mas hoje somos melhores músicos", adianta Mesquita. "É a cara da Blitz. Esta que temos, mas não sabemos bem qual é."
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