Performance
CuTUCando a Inspiração
Teatro Universitário de Curitiba TUC (Galeria Júlio Moreira Largo da Ordem, 30), (41) 3321-3312. Interatividade poética, performances e intervenções "poeriféricas". Dança e poesia com Eulga Berger, Maria Tereza Prado e outros convidados. Dia 18, às 19 horas. Entrada franca.
A arte underground vai estar em casa hoje à noite ao ocupar o Teatro Universitário de Curitiba (TUC), que fica na passagem subterrânea entre a Catedral e o Largo da Ordem. Essa é a nona etapa do show de performances Cutucando a Inspiração, organizado no local desde maio deste ano pelo poeta/ativista Geraldo Magela Cardoso (para mais informações sobre ele, leia o perfil publicado na Gazeta do Povo pelo colunista José Carlos Fernandes na edição do dia 29 de novembro, "Um Poeta em Curto Circuito").
Nessa edição, o destaque será a escritora e dramaturga mineira radicada em Curitiba Eulga Berger, que receberá uma homenagem por parte de diversas mulheres, como a bailarina de flamenco Maria Tereza Prado, que estudou sua arte em Granada, na Espanha, e hoje integra o Instituto Flamenco Brasileiro de Arte e Cultura. A dança, normalmente representada no evento por artistas do hip-hop, estará integrada a uma programação repleta de declamações de poemas, contos e outros escritos.
"Alguns leem, outros performam, declamam", contou Magela à Gazeta do Povo.
Outras participantes serão as escritoras e poetas Vanice Zimerman, Susan Blum, Andréia Carvalho, Marília Kubota, Alexandra Barcellos e Juliana Erthal (que, além de locutora de rádio, é poeta), além da neta de Eulga, Araiê. Juntam-se a elas, em mais intervenções, os poetas da cena curitibana Joel Moreno, o autor de haicais José Marins e o contista Jeferson Bandeira, entre outros.
Nos intervalos, algumas palhinhas de Magela, que deverá apresentar seu rap "Melô do Livro" e números de mágica.
"Guarida"
Ainda na década de 1980, Magela idealizou uma casa para os poetas da cidade que lhes servisse de "guarida". Quando o projeto acabou, "falei, vou criar uma interatividade poética", conta. "Tudo por diletantismo." A ideia era unir às letras rimadas (ou não) trabalhos multimídia, artes plásticas, música e artes urbanas como o hip-hop e o grafite.
Ele levou o plano adiante e, desde maio, já se reuniram em eventos semelhantes ao de hoje 42 artistas, incluindo o ilustrador da Gazeta do Povo Ademir Paixão.
Já passaram pela programação até pichadores e meninos de rua que Magela busca atrair para longe do álcool e das drogas usando a arte. "Para tentar resgatar. Nessa passarela do TUC, a pessoa resgata a autoestima. Montamos até mesa para autografar livros", revela.
Tudo leva a pensar em termos de comunidade. "Queremos ser uma confraria de poetas."