Quando alguém diz que inova no formato, é difícil que esteja falando tão a sério quanto o espanhol Agrupación Serrano. A House in Asia, que o grupo apresentou nesta quarta (25) e quinta-feira (26) no Sesc da Esquina, é um bangue-bangue com bonecos de cavalaria e maquetes. Sem pronunciar uma palavra, os três artistas se movem ao redor de um grande tablado de onde captam as imagens e as projetam num telão.
A ideia original foi criticar a guerra ao terror dos EUA, em particular a caçada a Bin Laden, a partir de detalhes da operação, como o codinome destinado pelos militares ao líder taleban: Gerônimo, citando o líder indígena que teve a cabeça a prêmio nos tempos do faroeste e foi retratado em filmes desse gênero.
Trechos desses longas-metragens eram intercalados com as tomadas ao vivo das maquetes manuseadas. A narração ficou por conta de legendas em português – provável tradução do próprio diretor Alex Serrano Tarragó, que captou o português em suas andanças por aí.
O formato inovador dificulta a apreciação enquanto espetáculo: nos sentimos v oyeurs de um jogo em que os participantes estão se divertindo mais do que nós. Mas, em meio a isso, algumas cenas foram marcantes. Logo no início, um vídeogame conduz o público para o choque ensurdecedor com as torres gêmeas.
A trilha sonora com pop e hip hop embala as batalhas de brinquedo, mas que fazem pensar nas mortes que causa na vida real. Uma delas é interrompida e descobre-se tratar-se das filmagens para o filme A Hora Mais Escura, de Kathryn Bigelow, sobre a dita caçada.
O militar (“US Seal”) que teria dado o tiro fatal, autor de um livro sobre o fato, é retratado como um cowboy solitário.
Tudo isso contribui para ironizar o esforço que os EUA colocaram na captura de Bin Laden, como se aquilo resolvesse todos os problemas do mundo.
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