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Fã acende vela para o ídolo pop na frente do Teatro Warner, em Washington D.C. | ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP
Fã acende vela para o ídolo pop na frente do Teatro Warner, em Washington D.C.| Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP

Essa não é a primeira vez que perdemos Prince. Quando o artista lançou sem álbum de 1993 “Come”, a sinistra arte em preto e branco da capa mostrava o cantor de pé em frente aos portões da igreja da Sagrada Família em Barcelona com os dizeres lapidares: Prince, 1958-1993.

Prince estava morto e enterrado, o artista parecia estar dizendo a seus fãs. E, em seu lugar, uma nova pessoa tinha nascido, alguém que se chamaria... bem, como exatamente? O símbolo pareceria um híbrido dos símbolos dos gêneros masculino e feminino, mas era impronunciável. Também ocorria de ter sido o nome do álbum de Prince de 1992, que foi designado de maneira não oficial como “o álbum do símbolo do amor”.

Em retrospecto, a jogada não parece algo tão estranho assim para o patinador, festeiro, e testemunha de Jeová “Purple One” (ou “o roxo”). Especialmente agora que Prince se havia se tornado o tipo de artista intocável que é incapaz de errar: toda aparição recente era recebida com aplausos de pé. Ele era apenas um artista singular inventando um apelido único.

O Artista Antigamente Conhecido Como Prince

Mas, na época, muitas as pessoas receberam a troca de nome rolando os olhos para trás – por diversas razões. Jornalistas da área atiraram suas mãos para o alto em sinal de desistência e decidiram-se pelo enormemente inconveniente O Artista Antigamente Conhecido Como Prince. Sem acrônimo nem nada.

Em uma entrevista concedida a Larry King em 1999, o cantor explicou suas razões: “Queria mudar para um novo patamar em minha vida e uma das maneiras como fiz isso foi mudando meu nome, para como que me divorciar do passado.”

Briga com a gravadora

Havia mais nessa história do que só isso. Em 1993, Prince tinha se tornado frustrado com sua gravadora, a Warner Brothers. Apenas um ano antes, o cantor tinha divulgado por meio de um comunicado à imprensa que seu contrato com a Warner era o mais lucrativo de todos os tempos. Mas a lua de mel não durou muito tempo. Ainda há muita especulação, mas as tensões emergiram em virtude de alguma combinação de: a Warner não querer lançar o álbum de Prince “The Gold Experience”, porque não queria inundar o mercado; Prince sentir que não estava recebendo apoio o suficiente da gravadora; a Warner ter encerrado seu contrato de distribuição com a Paisley Park Records de Prince.

Seja lá qual tenha sido o caso, Prince parecia querer se livrar do seu contrato. Ele mudou seu nome, o que parecia uma maneira descolada de cavar uma brecha, e começou a se apresentar com a palavra “escravo” escrita em seu rosto. O conflito era público, ainda que fosse impronunciável. Mas o contrato permaneceu.

Apesar do novo símbolo, Prince não estava pronto para abandonar seu nome original. Isso ficou claro quando o cantor Bob Wiseman tentou reivindicar o nome para si – afinal, Prince não o estava usando, não é? – e foi recebido com uma carta do advogado do músico. Então, assim que o contrato de Prince com a Warner foi encerrado, em 2000, ele voltou a seu nome de batismo. E essa foi a primeira vez que Prince ressuscitou.

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