Exposições
Confira informações desta e de outras mostras no Guia da Gazeta do Povo.
Cronologia
Saiba quais foram os principais fatos da trajetória de Frida Kahlo:
6 de julho de 1907 Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón nasce em Coyoacán, no México.
1913 Aos seis anos, Frida contrai poliomielite, que deixa uma lesão em seu pé direito.
1925 Aos 18 anos, Frida (na época estudante de Medicina) e seu noivo Alejandro Gómez Arias sofrem um grave acidente de ônibus. Ela sofre múltiplas fraturas, e realiza 35 cirurgias. Presa na cama, começa a pintar freneticamente.
1928 Ingressa no Partido Comunista mexicano.
1929 Frida se casa com o muralista Diego Rivera, uma relação tumultuada, repleta de casos extraconjugais.
1938 O escritor e teórico francês André Breton define a obra da pintora como surrealista.
1939 Realiza a sua primeira exposição individual na galeria Julien Levy, em Nova York, com grande sucesso de crítica. Logo em seguida, viaja para Paris, onde conhece artistas como Pablo Picasso, Marcel Duchamp, entre outros. O Museu do Louvre adquire um de seus autorretratos.
1942 Frida e Diego começam a lecionar em uma escola na Cidade do México.
1950 O estado de saúde da pintora, sempre delicado, se agrava, e ela precisa amputar uma perna. Nessa época, realiza uma de suas últimas obras, Natureza Morta.
13 de julho de 1954 Frida morre em casa, aos 47 anos.
1958 Quatro anos depois de sua morte, "La Casa Azul", onde a artista viveu, é convertida em museu. Mensalmente, o Museu Frida Kahlo recebe cerca de 25 mil visitantes, a metade deles estrangeiros.
A dor e as tragédias da vida da mexicana Frida Kahlo (1907-1954) se confundem com a sua obra a arte foi um subterfúgio para que Frida expusesse suas angústias. Um lado ainda mais íntimo dela, com sua família e amores, estará em exposição a partir de hoje, às 20 horas, na mostra Frida Kahlo As Suas Fotografias, no Museu Oscar Niemeyer (MON). O museu será o único espaço brasileiro a receber a mostra, com 240 fotos (fac-símiles das originais), do acervo pessoal da artista, vindos do Museu Frida Kahlo "La Casa Azul", na Cidade do México. Antes de chegar ao Brasil, o mesmo conjunto de imagens foi exibido no Museu de Arte Latino-Americana em Long Beach (EUA), e, depois de Curitiba, segue para Alemanha, Austrália e Tijuana (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).
SLIDESHOW: Veja mais fotos da Mostra
"A mostra é muito requerida pelo público e pelos estudiosos da obra de Frida, porque ela mostra uma faceta muito importante, que é a importância da fotografia em sua obra e vida", diz a diretora do Museu Frida Kahlo, Hilda Trujilo Soto.
Foi Hilda quem descobriu, em 2007, 6,3 mil fotos do acervo e outros objetos da artista trancados em um banheiro do museu homônimo. Em seu testamento, o marido de Frida, o muralista Diego Rivera (1886-1957), pediu que o espaço fosse aberto por uma amiga 15 anos depois da sua morte o que não ocorreu. Entretanto, o testamento do muralista determina que os originais não saiam do México. "Estamos lutando para que os vestidos possam sair, há um pedido de mais de 20 países, mas é difícil", diz Hilda. O museu da artista recebe hoje mais de 300 mil visitantes ao ano, e foi eleito pela revista Newsweek como um dos lugares para se conhecer antes de morrer.
Na mostra do MON, o visitante poderá ver registros fotográficos de Frida desde a infância, muitos deles feitos por seu pai, Guillermo, que foi fotógrafo profissional. Há, ainda, trabalhos da alemã Gisèle Freund e do húngaro Nikolas Muray, além de outros feitos pela própria artista. As fotografias selecionadas (pelo curador Pablo Ortiz Monasterio) foram divididas em seis seções: os pais da artista, a Casa Azul (onde Frida viveu, hoje o museu homônimo), seu lado íntimo, os amores, os arquivos reunidos por ela e, por fim, sua atuação política. É possível ver, por exemplo, um retrato de Frida menina, aos cinco anos, além de outros depois das várias operações que realizou, em 1946. A Casa Azul, o universo criativo da artista, também aparece diversas vezes. Há, ainda, a famosa série de Nicolas Muray, Frida em Tração, que mostra a artista pintando na cama, cheia de ataduras.
Segundo Hilda, além de mostrar a influência e as origens da artista, a exposição coloca a relevância histórica do período vivido por Frida e Diego Rivera pós-Revolução Mexicana. "Eles criaram ao lado de outros artistas uma nova organização social que buscou retomar as origens hispânicas e populares. E isso chamou atenção mundialmente."
Corpo e dor
Para Hilda, Frida Kahlo é um exemplo para as mulheres. "Sua característica mais forte foi a sua originalidade. Também foi uma mulher que não tinha nenhuma atadura social, que apresentava o que sentia em sua obra. Além de ser muito livre sexualmente, intelectual inquieta, que pinta o seu corpo nu, o analisa", diz. Outro ponto marcante, de acordo com ela, foi a maneira como Frida conseguiu tornar o seu corpo repleto de dor e defeitos em uma obra de arte com as suas roupas. "Ela transformou todo o seu sofrimento em cor." A diretora do MON, Estela Sandrini, concorda. "O que me entusiasma muito é que Frida, de forma silenciosa, sem grandes exposições, fez um trabalho sério e narrou na arte a sua própria vida."
Visitas
Por ser inédita no país e procurada por pessoas de vários locais do Brasil (de acordo com o MON, há grupos de outras cidades que organizaram excursões para visitar a exposição), o museu vai limitar a entrada em 200 pessoas por vez na sala 3, onde estará a exposição. "É uma mostra intimista, com leitura um pouco mais lenta", destaca Estela Sandrini. No sábado, o MON realiza, às 15 horas, uma visita mediada pela exposição com a professora, ensaísta e crítica de arte Maria José Justino. Diretora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Maria José é autora de livros como Mulheres na Arte. Que Diferença Isso Faz?, no qual Frida Kahlo é um dos destaques.
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