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A escritora iraninana Azar Nafisi | Divulgação/S. J. Staniski
A escritora iraninana Azar Nafisi| Foto: Divulgação/S. J. Staniski

Auto-exilada nos EUA após deixar seu país natal em 1997, a escritora iraniana Azar Nafisi, autora de "Lendo ‘Lolita’ em Teerã" e "O que eu não contei", participa nesta sexta-feira (6) de uma mesa na Festa Literária Internacional de Paraty ao lado do israelense A. B. Yehoshua, falando sobre literatura e Oriente Médio.

Crítica implacável do regime islâmico instalado no Irã, Nafisi crê que a internet e a nova geração de jovens iranianos vão mudar os rumos do país nos próximos anos. "A juventude iraniana foi chicoteada, presa, enjaulada e por vezes morta na tentativa de obter as suas liberdades civis e individuais", afirma a autora em entrevista por e-mail ao G1.

"Essa geração atual deveria ser a dos filhos da revolução, revoltados contra os costumes dos pais, mas parece que aconteceu o contrário do que o regime previu", continua. "Eles olham para o resto do mundo e para o passado do Irã e querem de volta seus direitos individuais".

Ela acha que essa geração é a esperança do país para o futuro. "Do ponto de vista desses jovens, a luta contra o regime não é só política, mas existencial. Eles estão sendo presos, torturados, pela maneira como eles se vestem, pelas músicas que ouvem, pelos livros que leem. Eles já mudaram a política do Irã e são a esperança do futuro", conta.

Para ela, a internet é a principal arma para essas mudanças no país. "O mundo ficou menor, e isso é bom para as relações e para os direitos humanos", diz Nafisi, citando o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por adultério no Irã e que ganhou uma campanha mundial pela internet, que culminou com uma proposta de asilo por parte do presidente Lula. "A solidariedade ultrapassa as fronteiras geográficas e nacionais", resume a escritora.

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