Há pelo menos três anos o quinteto paulistano CSS descobriu não ser fácil sustentar o hype. Gravado na estrada, em meio a problemas empresariais, o fraquíssimo segundo álbum do grupo, Donkey (2008), foi mal recebido pela crítica. Desde então, a banda viu seu número de fãs reduzir pela metade e seu contrato com a famosa gravadora Sub Pop ir por água abaixo.
Mas Lovefoxx (vocal), Adriano Cintra (produção, guitarra, baixo, bateria e vocal), Luiza Sá (guitarra e bateria), Ana Rezende (guitarra) e Carolina Parra (guitarra e bateria) encararam todos esses acontecimentos como a oportunidade ideal para um recomeço. Não à toa, o terceiro álbum do grupo, lançado ontem no exterior (e sem previsão de edição nacional) foi batizado de La Liberación.
Gravado em São Paulo, o novo trabalho sai pelas mãos da nova "casa" do grupo brasileiro, o selo v2 Music, lar de nomes como Phoenix e Yelle. Com produção do baterista Adriano Cintra, as novas canções trazem mais diversidade e maturidade instrumental, embaladas pelos vocais mais seguros já registrados por Lovefoxxx.
Melodia
Improvisando menos e cantando mais, a vocalista prova ser capaz de entoar boas melodias como a da faixa de abertura "I Love You". Claramente influenciada pela sonoridade do duo sueco The Knife, "Hits Me like a Rock" esbanja doçura, com direito aos sussurros de Bobby Gillespie (Primal Scream). Pop até a medula, "You Could Have It All" fica entre os grande momentos do disco, ao lado da lo-fi "Ruby Eyes" e da romântica "Partners in Crime" (com solo de piano de Mike Garson, colaborador em "Aladdin Sane", de David Bowie).
Destacam-se ainda a faixa-título, cantada em espanhol, e a música que encerra o trabalho, "Fuck Everything". Entre os piores momentos está o rap ingênuo de pronúncia enrolada em "City Grrrl" (canção gêmea do enjoativo hit "Like a G6", do grupo Far East Movement) e a tentativa frustrada de soar como o Sonic Youth em "Rhythm to the Rebels". GGG
Serviço:
La Liberación, CSS. V2 Records. Importado. Preço médio: US$ 14. Electrorock.
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