Esse é um caso para estimular quem tem um hobby e não sabe o quanto investir nele. O engenheiro Marco Alves responde: tudo. Pouco depois de começar a tirar fotos, no ano 2000, ele conheceu a região da Serra da Canastra, em Minas Gerais. Foi a junção de duas paixões, às quais ele se dedicou inteiramente ou melhor, o quanto a profissão acadêmica permitiu: Alves é professor de elétrica na Unicamp.
Armado de sua câmera profissional, ele voltaria muitas e muitas vezes ao local da nascente do Rio São Francisco, o que resultou na exposição Opará Onde Nasce o São Francisco, que tem abertura na quinta-feira (16) no Museu Oscar Niemeyer, com direto a palestra e lançamento do livro sobre o tema. "Opará" é o nome dado pelos índios ao rio de 2,8 mil quilômetros de extensão que divide os estados da Bahia e Pernambuco, além de Sergipe e Alagoas.
"Nos últimos três anos, fui para lá todo mês", calcula o artista, que conversou com a Gazeta do Povo por telefone. "Um trabalho autoral exige muita intimidade com o tema."
Sua ideia para retratar a natureza ao redor passava longe da mera documentação, e perto de uma "linguagem narrativa fotográfica que saísse do lugar comum".
Uma das vantagens de se eleger uma paisagem natural como personagem são as transformações decorridas ao longo do ano, tanto na vegetação como na incidência de luz algo que se reflete muito bem na imagem em preto e branco com a qual Alves trabalha.
Nessa seara, um artista que o influenciou foi o norte-americano Ansel Adams, referência em termos de fotografia de natureza, na opinião de Alves.
Bate-papo
O lançamento da exposição será realizado amanhã após uma palestra com o fotógrafo e os curadores Diógenes Moura e Rosely Nakagawa, no miniauditório do Museu Oscar Niemeyer. As imagens ficarão expostas no terceiro andar da Torre do Olho do museu, onde acontece também o lançamento do livro.
Nas paredes, estarão 32 fotos emolduradas e quatro painéis com impressões em tecido. Do livro constam ainda textos dos curadores e do diretor do parque nacional Serra da Canastra, Darlan Alcântara.
Natureza
Como o parque tem cerca de 70 quilômetros de extensão, foram grandes os trajetos percorridos pelo artista em seu interior, sempre partindo cedo, por volta das 6 horas.
"Como um discípulo monástico, [Marco Alves] repete a experiência de percurso no parque, acompanhando cada mudança de estação, descobrindo novas abordagens de uma paisagem que nunca é a mesma", descreve Rosely no livro.
Exposição
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