Em época de férias escolares, pipocam pelo país homenagens a José Bento Monteiro Lobato, o criador de Emília e outros personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Um exemplo é a mostra em cartaz no Shopping Mueller, em Curitiba.
A tarefa de autorizá-las cabe a sua "netinha", que contabiliza mais aniversários do que o avô quando morreu, em 1948, aos 66 anos. "As crianças ficam decepcionadas quando veem chegar uma velha. Então, eu explico que eu era neta e agora sou uma avó", diz Joyce Kornbluh, de 79 anos.
Lobato não lia histórias para ela. Estava quase sempre no escritório, onde escrevia das 4 às 11 horas da manhã. Muito menos discutia literatura com a netinha. "No máximo, ele perguntava Você já leu Mark Twain?. E eu dizia: já, vovô. E Monteiro Lobato?. Já vovô", conta. Para Joyce, ele "era apenas um avô querido", como tantos outros por aí.
Sua convivência com ele, até os 18 anos, foi interrompida por inúmeros episódios da biografia de Lobato como sua prisão, em 1941, e o período que passou na Argentina, em 1946. Mas sempre que podia, a neta ia visitá-lo. "Quando meus avós viviam na minha rua, eu fugia para lá e dormia na cama deles, pois a casa era muito pequena", lembra.
Se na literatura Lobato era um crítico severo da realidade, em casa não podia ser diferente. "Eu tinha mania de desenhar em qualquer papel, desenhei horrores nos livros do Tarzan, e Juca (apelido familiar do escritor) achava que eu não devia estragar os livros".
Reinadora como a personagem Emília, Joyce desenhou em um documento do avô. "Daí ele ficou bravo!"
A neta lembra do esforço de Monteiro Lobato para continuar escrevendo quando ele teve o primeiro derrame, em 1948. "Ele nunca parou, mesmo quando perdeu o senso de direção e teve que reaprender a escrever. Era um dínamo."
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Serviço
Vida e obra de Monteiro Lobato. Piso Cinemas do Shopping Mueller (Av. Cândido de Abreu, 127). Fotografias e painéis sobre a vida de Monteiro Lobato. De segunda a sábado, das 10 às 22 horas, e domingo, das 11 às 22 horas. Até 19 de julho.
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