Programe-se
Ciclo de Teatro Contemporâneo
Sesi/Portão (R. Padre Leonardo Nunes, 180 Portão), (41) 3271-8450. Entrada franca.
Dias 29 e 30 de junho, às 20 horas: NomePROPRIO, de Nana Rodrigues. Direção de Gerson de Andrade.
Dias 6 e 7 de julho, às 20 horas: Leitura dramática de Again Agora e Ainda, de Carol Damião. Direção de Jean Carlos de Godoi. Encenação de Fractal, de Patrícia Kamis. Direção de Jean Carlos de Godoi.
Os pupilos deram cria. Os jovens paranaenses do Núcleo de Dramaturgia do Sesi/PR, que funciona em parceria com o Teatro Guaíra, realizam sua própria mostra de peças e leituras dramáticas, em cartaz nos próximos dois fins de semana no Sesi Portão.
É a oportunidade de conhecer alguns textos produzidos dentro do curso tocado pelo carioca-paulistano Roberto Alvim, ao lado de Rogério Toscano, que também dá aulas na USP, e neste ano, o pesquisador Ruy Filho.
Um dos trabalhos apresentados, Fractal, com encenações 6 e 7 de julho, põe no palco o trabalho de Patrícia Kamis, com frases aparentemente desconexas que "circulam" por quatro personagens.
A atriz e dramaturga também terá seu texto Atman encenado na temporada 2013-2014 do Teatro Novelas Curitibanas. Outro ex-integrante do núcleo que terá um trabalho entre as prestigiadas encenações experimentais do Novelas é Paulo Zwolinski, com Os Pássaros.
Como é frequente em textos influenciados pelo diretor Roberto Alvim, os personagens são trocados por vozes. Três seres habitam um espaço familiar e observam todo o movimento lá fora. "Escrevo como se fossem epitáfios, como uma resposta que posso dar agora ao universo", contou o autor à reportagem.
A direção do espetáculo será de Don Correa, mais um artista revelado dentro do núcleo e que agora toca o grupo regional de Londrina (são oito cidades no Paraná, além de Curitiba). "O projeto já dura cinco anos, e nesse período foram escritos quase cem textos", orgulha-se.
Alguns deles foram publicados no livro Dramáticas do Transumano (Ed. 7 Letras), incluindo Aqui, definido pelo crítico paulistano Luiz Fernando Ramos como "um acontecimento extraordinário na dramaturgia brasileira contemporânea".
Sua autora, Martina Sohn Fischer, entrou para o núcleo regional de União da Vitória sem qualquer contato prévio com a dramaturgia. "Desde a primeira aula pensei É isso que eu quero."
A peça, que ela escreveu de uma sentada, sem um ponto de partida bem definido, leva ao extremo a proposta de Alvim cujo grupo montou o texto ano passado, em São Paulo de questionar o que é a humanidade. "Falo da desconstrução de tudo", conta a agora estudante de Filosofia.
Seu texto A Casa de Invernos também será encenado, em julho, pelo grupo Artrupe, de Manaus.
A próxima mostra de trabalhos do programa do Sesi acontece em dezembro, com encenações do núcleo de direção [com 22 alunos] para textos inéditos dos alunos-dramaturgos [neste ano, são 43].
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