Renata Vasconcellos já viveu momentos marcantes à frente do Jornal Nacional. Em janeiro de 2011, quando cobria férias da então apresentadora Fátima Bernardes, aconteceu a maior tragédia natural do Brasil, com as chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. A jornalista foi para o local e ancorou o JN de lá por três dias. Dois anos depois, em janeiro de 2013, era Patrícia Poeta quem estava de férias, e Renata mais uma vez assumiu o posto ao lado de William Bonner. Dessa vez, um incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e mobilizou o país. Bonner viajou para a cidade, e Renata ficou sozinha na bancada.
"Imagina a responsabilidade dessas coberturas, não sendo a titular. Foram dois eventos muito marcantes na vida do país, e eu estava no Jornal Nacional", lembra Renata, deixando escapar uma pontinha de ansiedade com o que virá a seguir: "mas acho que nada se compara com o que virá agora, todos os dias... (risos). Enfim, vamos em frente!".
A partir de hoje, ela assume permanentemente a apresentação do principal telejornal da Globo, ao lado de Bonner. A mudança não teve período de transição: no último domingo, ela ainda apresentou o dominical Fantástico, e anunciou sua substituta, Poliana Abritta.
"Se estou ansiosa? Ah, sim, é normal", fala a apresentadora. "É aquele nervosismo típico antes de abraçar um projeto. Mas já tenho quase 20 anos de tevê Globo, sei que as mudanças são do jogo e os desafios acontecem."
Cotidiano
Renata está animada com a possibilidade de ter uma rotina "mais normal". No Fantástico, onde passou um ano, trabalhava em todos os fins de semana.E antes, nos 11 anos à frente do Bom Dia, Brasil, precisava acordar às 4 horas da manhã. "Vai ser legal ter os fins de semana de folga", fala.
Mesmo admitindo um pouco de ansiedade, o discurso de Renata é calmo, e a palavra "naturalidade" sempre aparece. Mas ela garante que não é zen. "Sou tranquila e pilhada ao mesmo tempo", diz a apresentadora, uma adepta do contato com a natureza ela também cultiva uma horta caseira em casa.
Nos fins de semana que agora terá livres ela gosta de ir com o marido e os filhos para a casa da família, na região serrana. Mas não tem essa de se desligar totalmente: a jornalista confessa não conseguir passar mais de 24 horas sem internet.
"Eu até relaxo, mas hoje em dia é tão fácil ficar conectada. Não passa um dia sem que eu olhe as notícias. Acho que é uma coisa do jornalista estar sempre ligado. Claro que tem horas que você precisa se desligar e fazer esse exercício, mas nada que dure mais de 24 horas, não. O fim de semana também é um momento legal de ver as repercussões, as análises. Tem um noticiário típico de fim de semana que é agradável. Gosto daquela hora do jornal de domingo com café, é gostoso."
Leitura e escrita, aliás, são as grandes paixões de Renata, e que a levaram para o jornalismo. Diferentemente de muita gente que entra na faculdade, ela não tinha o sonho dourado de apresentar o Jornal Nacional, e foi parar na tevê quase por acaso. Saiu da faculdade para a GloboNews, que estava sendo criada. "Eu me formei em Publicidade e Jornalismo, estava fazendo outras coisas, e aí surgiu a GloboNews. Achei que ia trabalhar atrás das câmeras, mas foi a Alice Maria [jornalista recentemente aposentada da Globo, que implantou e dirigiu a GloboNews por 13 anos] que me colocou na frente. Foi muito inesperado. Acho que ela sabia antes de mim que eu poderia fazer aquilo. Sempre fui muito tímida, nunca pensei em televisão" conta.
Sobre a noite de estreia hoje, além do "frio na barriga" e a volta para o hard news, Renata quer ser discreta no visual. "O que a gente veste é extremamente importante em qualquer área da nossa vida, inclusive no trabalho. No Jornal Nacional, a estrela é a notícia, então a roupa tende a ser mais sóbria.Mas claro que algum dia vou errar... Qual mulher nunca errou pelo menos uma vez, né? (risos). Sei que não dá para agradar a todos, mas vou me esforçar."
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