Com apenas um livro publicado no Brasil, a antologia de contos Breves Entrevistas com Homens Hediondos (Companhia das Letras), David Foster Wallace era visto como um dos escritores norte-americanos mais influentes da sua geração.
Ele foi encontrado morto pela mulher, Karen, no último domingo, vítima de um provável suicídio. Tinha 46 anos de idade e vivia em Claremont, na Califórnia. De acordo com a imprensa americana, o escritor se enforcou.
O livro mais importante de Wallace é Infinite Jest (1996), um romance com impressionantes 1.079 páginas, que teve trechos publicados no Brasil pela revista Coyote. Não-linear, a narrativa gira em torno de um jovem prodígio do tênis (como o próprio Wallace foi na adolescência), um ex-viciado em drogas e um grupo de terroristas que quer pôr as mãos no filme do título tão divertido que, dizem, é capaz de matar o público de prazer. Ele chamou atenção também por seus textos de não-ficção, reunidos nos volumes Consider the Lobster e A Supposedly Fun Thing I'll Never Do Again. Deste, a revista Arte e Letra: Estórias publicou o ensaio sobre o filme A Estrada Perdida, de David Lynch.
Influenciado por Thomas Pynchon (O Arco-Íris da Gravidade) e referência para autores como Dave Eggers (Uma Comovente Obra de Espantoso Talento) e Jonathan Safran Foer (Extremamente Alto & Incrivelmente Perto), David Foster Wallace, segundo seu pai, James Donald, tomava medicamentos para depressão há mais de duas décadas o que lhe permitiu escrever.
Por estar sofrendo efeitos colaterais dos remédios e sob orientação médica, encerrou o tratamento em junho do ano passado. Nos últimos meses, a depressão voltou, levando-o inclusive a internamentos, mas nada adiantou. "Tudo foi tentado, mas ele não agüentava mais", disse o pai, em entrevista ao jornal The New York Times.
Além da mulher e dos pais, Wallace deixa uma irmã.