O show de Roberto Carlos na reabertura da Pedreira Paulo Leminski não foi impecável nem surpreendente. Houve um desencontro da banda aqui e ali; a voz do cantor, que pareceu ter problemas com o pedestal do microfone (indefectivelmente tombado), sumiu em momentos de maior intensidade dos arranjos. Não ficaram de fora suas canções mais conhecidas, e tampouco seus maiores clichês vide o pot-pourri instrumental de gosto duvidoso que deixou a abertura do show com cara de vinheta de final de ano na tevê.
Mas o Rei, mesmo assim, fez exatamente o que se esperava dele: foi um sucesso. Aparentemente, nem estes detalhes, nem aquele infame anúncio de carne que o fez passar vergonha também ali, no telão do palco antes do show, são suficientes para atrapalhar a conexão que Roberto Carlos estabelece entre o palco e a plateia. Nenhum artista brasileiro faz tanto sucesso e tem tanta intimidade com seu público quanto ele. Em meio a canções que percorreram desde a Jovem Guarda até a recente "Esse Cara Sou Eu" passando por menções pontuais à pegada venenosa de suas ótimas incursões pelo funk entre o fim dos anos 1960 e o início dos anos 1970, como em "Ilegal, Imoral ou Engorda" , o Rei canta e fala de sua vida, versa sobre o amor, se atreve a falar de sexo. E o público ouve de perto.
Foi isso que o artista emprestou à reinauguração da Pedreira. Um evento também político, amparado por um aparato policial impressionante talvez até exagerado considerando que o show explorou menos de um terço da capacidade do espaço. E um ensaio para espetáculos maiores e mais democráticos , para os quais ao menos o funcionamento do Pedreira Bus, que fez seus clientes da linha Premium esperarem por até uma hora para embarcar, deverá ser melhor planejado.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
“Não acreditamos que haja sobreviventes”, dizem autoridades dos EUA; número de mortos sobe para 28
Girão cita riscos com possível volta de Alcolumbre à presidência do Senado; assista ao Entrelinhas
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Deixe sua opinião