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Quem matou John F. Kennedy? O enigma sobre o assassinato do presidente norte-americano, ocorrido há mais de 40 anos, é até hoje tema de várias obras literárias e teorias, a maioria delas conspiratórias. Os quadrinhos não ficaram de fora da investigação desse fato histórico como mostra Badlands – O Fim do Sonho Americano (144 págs., R$ 24), de Steve Grant (roteiro) e Vince Giarrano (arte), graphic novel que a Devir está relançando este mês no mercado nacional.

Fenômeno recente do mercado, esse gênero de histórias seqüênciais parecem ter sido finalmente descoberto pelo público brasileiro. Alguns dos lançamentos da área estão tendo ótima exposição em livrarias e alcançado boas vendas, como a série Sin City, de Frank Miller – o volume O Assassino Amarelo está entre os mais vendidos da Fnac Curitiba, por exemplo.

Os quadrinhos têm ganho reconhecimento como gênero literário, sendo valorizados como uma linguagem que não se limita apenas ao universo das histórias infantis ou de super-heróis, mas que pode ser utilizada para retratar temas sérios como as memórias de uma família que sofreu com a Segunda Guerra Mundial (o excelente Maus, de Art Spiegelman, relançado há poucos meses), fazer jornalismo (os importantes livros sobre a Bósnia e a Palestina, de Joe Sacco) ou mesmo a ficção (Badlands) – não se deve esquecer as obras do pioneiro dessa história toda de graphic novel: Will Eisner.

Steve Grant cria a sua própria teoria da conspiração para morte de Kennedy. O autor toma como princípio algo em que quase ninguém acredita: na culpa completa de Lee Oswald, que teria feito tudo sozinho, sendo o responsável pelos três tiros que mataram o presidente americano (um deles deu origem à fantasiosa teoria da bala mágica, que teria atingido Kennedy e outras pessoas). Mas se não foi Oswald, quem teria eliminado o político?

Surge Conrad Bremen, homem que vive de roubar carros. Após um período na prisão, ele é abordado por um antigo amigo, que o convence a realizar um serviço muito especial: matar John Kennedy. O traço em preto e branco de Giarrano descreve um universo de poder, violência e sexo, com uma intricada trama envolvendo a CIA, o FBI e homens inescrupulosos na morte daquele que teria se tornando um entrave para diversos negócios lucrativos. Grant desenvolve a história através de uma competente narrativa não-linear, mostrando a tentativa de Bremen de virar um jogo em que, aparentemente, é apenas um mero peão. O homem errado na hora errada, ou mesmo um bode expiatório comprometido com o governo, Lee Oswald pode ter pago por um crime que não cometeu (pelo menos, não sozinho).

Nas prateleiras

* O sucesso da adaptação cinematográfica da graphic novel Sin City, de Frank Miller, têm feito com que os livros da série ganhem muito atenção nas livrarias – é a primeira obra do gênero a ocupar lugar de destaque nas vitrines e gôndolas centrais dos grandes estabelecimentos.

* Editadas na década de 90 no Brasil, as principais histórias da violenta Sin City estão sendo relançadas no país pela Devir desde o fim do ano passado. O Assassino Amarelo (240 págs., R$ 45), quarto volume da série, chegou ao mercado no mês passado, tendo boa resposta de vendas. O livro traz a história do honesto policial John Hartigan (vivido no cinema por Bruce Willis), que no último dia de trabalho antes da aposentadoria ainda tenta solucionar o caso seqüestro da pequena Nancy Callahan.

5 volumesÉ o número de livros de Sin City a serem relançados pela Devir. A Noite da Vingança, o quinto e último da série, deve chegar ao mercado até o fim do ano.

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