Cada uma à sua maneira, Maria Gadú e Ana Cañas são cantoras e compositoras novatas que tentam se firmar em um mercado fonográfico cada vez mais atento a novas vozes femininas e, por consequência, mais concorrido. Já emplacaram músicas em trilha sonora de novela" Canãs com a doce balada "Esconderijo", Gadú e o refrão infalível de "Shimbalaiê" , mas o caminho para o sucesso deve passar também pelo convencimento das plateias frente a frente. E a etapa curitibana desse desafio chega ao mesmo tempo para as duas, neste fim de semana.
Na sexta-feira, Ana põe à prova sua face roqueira no John Bull Pub. Sábado, Gadú mostra o repertório de seu álbum de estreia no John Bull Music Hall.
Ana Cañas apareceu primeiro. Foi notada quando se apresentava cantando standarts em casas paulistas como o All Jazz e o bar Baretto, no Hotel Fasano. A forte impressão que causou naqueles que a ouviram (diz-se que Chico Buarque e Caetano Veloso saíram encantados), por conta da voz extensa e de interpretações personalistas, não se repetiria igualmente na recepção dos seus trabalhos de estúdio.
Canãs assinou contrato com a Sony BMG para lançar cinco discos. Amor e Caos (2008) chegou cercado de expectativa, mas as composições da moça não deram conta de correspondê-las.
Logo a cantora percebeu que o público achava seus shows melhores do que o CD. Sem perder tempo, ela e a gravadora tentaram se reinventar, desviando o rumo da carreira para uma aproximação com o rock, entendido nos moldes irreverentes propostos pelos Mutantes. Hein?, seu segundo álbum, lançado este ano, não encontrou unanimidade de crítica, mas é um passo à frente. Falta ver como as canções escritas com parceiros como Liminha e Arnaldo Antunes se comportam ao vivo.
Revelação
Maria Gadú, ainda que tenha começado depois, já desfruta de uma situação mais confortável, tanto em prestígio quanto em alcance de público. Recentemente, foi eleita revelação do ano pelo júri da Associação Paulista de Críticos de Arte. Além disso, suas versões para "A História de Lilly Brown" (Chico Buarque e Edu Lobo) e "Ne Me Quitte Pas" (Jacques Brel) também garantiram audiência para a intérprete, tocando na minissérie Cinquentinha.
Há de se considerar que Gadú tem um padrinho poderoso, o diretor Jayme Monjardini, que a lançou em outra minissérie, Maysa. No entanto, tem também um trabalho que se sustenta sozinho, pelas composições sensíveis e o belo timbre grave que valoriza em arranjos comedidos.
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