Vídeo:| Foto: RPC TV

Programação

• Debate – A mesa-redonda Poéticas em Performance e Som acontece hoje, às 19 horas, na Sede da Coordenação de Literatura / Palacete Wolf (Praça Garibaldi, s/n.º). Estarão presentes o crítico e historiador da arte Artur Freitas; a doutora em Literatura Comparada Camila de Castro Diniz Ferreira; e a doutora em Música e pesquisadora Roseana Yampolschi, que assina também a composição do livro-disco Sonorizador, de Ricardo Corona.

• Lançamentos – Durante o evento, acontece o lançamento de dois números do Suplemento Literário de Minas Gerais e do livro-disco Sonorizador, de Ricardo Corona.

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As tênues fronteiras entre música, poesia e artes plásticas na produção artística contemporânea estarão em debate hoje, às 19 horas, na mesa-redonda Poéticas em Performance e Som, que acontece no Palacete Wolf (Praça Garibaldi, s/n.º). O evento marca também o lançamento de dois números do Suplemento Literário de Minas Gerais e do livro-disco Sonorizador (Medusa, 56 págs., R$ 44), do poeta Ricardo Corona.

Em Sonorizador, Corona realiza experiências com a linguagem, apresentando poemas que foram feitos especialmente para a voz, musicados pela compositora Roseane Yampolschi. "É uma poesia que abre mão da sua musicalidade impressa para soar no ar com mais perfeição", resume Corona, que há cerca de dois anos e meio trabalha no projeto.

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Corona define Sonorizador como "eletropoesiaacústica", conceito criado para abranger os universos poéticos e musicais. Roseane Yampolschi manteve a idéia inicial de trabalhar com sons percussivos, mas desenvolveu pesquisas com o computador e a música eletroacústica.

Estão presentes sons gluturais, como no poema "Tungu Ball", de autoria de Corona e uma homenagem ao poeta dadaísta Hugo Ball (1886 – 1927): "Ugh! / tungu hugo ball / um tungu / nômade tungu / tzara também / andante tantã / made in tungu / xamã radar dada / hã? / no mundo do do / ah! / gadji / beri / bimba."

O significado das letras perde importância em benefício da sonoridade das frases, seguindo os passos da poesia sonora, termo cunhado pelo poeta Henri Chopin, nos anos 50.

Corona, no entanto, prefere fugir dos rótulos. "Tem gente que vai considerar Sonorizador um trabalho de vanguarda. Mas, na verdade, ele é pós-vanguarda: eu procuro abrir o leque de referências. Já não existe um formato único, um cânone para ser rompido", aponta o poeta.

O livro-disco apresenta também poemas sem significado dos índios yamanes, do Chile, e dos comanche, dos EUA. "Os índios fazem há milênios a poesia para ser dita, a idéia da palavra no ar, mas sem virar música. Eles não se importam com o significado: o objetivo é entoar cânticos", explica.

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Em "Buraco de Minhoca", Corona apresenta um passeio pelo universo da ficção científica, com quadrinhos de Maxx Figueiredo e participação da cantora lírica Luciana Elisa Hoerner. "É um poema meio colagem. Ele passa pela fala nervosa dos filmes de ficção científica, com a idéia de um lugar desconhecido onde as pessoas precisam fazer alguma coisa".

Além da mesa-redonda e do lançamento de Sonorizador, o evento traz a edição de agosto do Suplemento Literário de Minas Gerais, com um dossiê comemorativo dos 80 anos de Décio Pignatari, com depoimento e poema-homenagem de Augusto de Campos, ensaios de Lucia Santaella e Roland de Azeredo Campos, entre outros. Na edição de setembro, uma entrevista com Ricardo Corona a respeito de sua trajetória e envolvimento com a poesia sonora.

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Serviço: Poéticas em Perfomance e Som. Mesa-redonda e lançamento de dois números do Suplemento Literário de Minas Gerais e do livro-disco Sonorizador, de Ricardo Corona. Hoje, às 19 horas. Sede da Coordenação de Literatura / Palacete Wolf (Praça Garibaldi, s/n.º). Entrada gratuita.