Dominique Dillon de Byington vem dominando a cena musical na Alemanha. Dominique foi intitulada pela revista Der Spiegel, a maior revista semanal do país europeu, como "die Indie-Hoffnung" (a esperança indie). Segundo o prestigiado jornal Die Welt, de Hamburgo, a cantora foi "um golpe de sorte para a música pop" alemã. Nascida em São Paulo, Dominique deixou o Brasil com a mãe, Susana, e o irmão Bruno, em 1993, rumo à Europa. A viagem, que deveria ser curta, acabou se tornando decisiva na vida da família. A mãe se apaixonou por um pianista de Colônia, no oeste da Alemanha, e decidiu fincar raízes no país. Desde então, Dominique que optou simplesmente pelo nome artístico Dillon vive no país europeu. A cantora mora atualmente em Berlim.
Conheça um pouco mais do trabalho da cantora
Dillon começou a cantar e tocar piano aos 17 anos, logo após fazer o Abitur, o exame que conclui o ensino secundário na Alemanha e que equivale ao vestibular brasileiro. Foi nessa época que conheceu o compositor e produtor musical Tamer Özgönenc. Com ele, a paulistana lançou seu primeiro álbum: This Silence Kills, um disco de música eletrônica com 12 faixas. O sugestivo título (esse silêncio mata, em português) soa ainda mais impactante quando a moça explica as razões para ter começado a cantar. "Muitas vezes eu sinto a necessidade de gritar, para quebrar com o silêncio, e, principalmente, poder ouvir a mim mesma", disse a artista, em entrevista à revista crazywire, de Düsseldorf.
O álbum de estreia, lançado em novembro de 2011, foi um grande sucesso de público e crítica. O CD chamou a atenção de músicos de prestígio na cena musical alemã, como os integrantes da banda de indie-rock Tocotronic e DJ Koze.
Fãs
O número de fãs alemães da brasileira crescem a cada dia. Marleen Meyer, uma técnica em eventos de Neumüster, no norte da Alemanha, foi apresentada à música da brasileira por meio do namorado. "Eu escutei uma única música dela e gostei na hora", conta a alemã de 23 anos. A música de Dillon é para Marleen "misteriosa e não convencional". "Ela é uma verdadeira artista, o som exala criatividade".
O som de Dillon encontrou um público fiel também no Brasil. João Amaral, um estudante do Rio de Janeiro, conheceu o som da moça por meio da rede social Last.fm. "A Dillon é diferente, não conheci um grupo que se parecesse muito com o som dela." Amaral diz ouvir a música da cantora desde o início deste ano, e que o que o agrada muito são as "diferentes pegadas nas músicas dela". O carioca de 18 anos exemplifica: "Numa mesma música há batidas mais de gênero eletrônico/hip-hop misturadas com piano, acho muito bacana". Sua música preferida é "Thirteen Thirtyfive".
Referências
Perguntada certa vez sobre suas referências musicais, Dillon foi enfática: muito pop. De Rihanna a Madonna "principalmente as músicas antigas dela" , a artista diz que escuta de tudo. A rapper Azealia Banks também é uma de suas apostas. Quando o assunto é vocal, a cantora tem uma preferência clara: "Antony Hegarty, vocalista do Antony and the Johnsons, é meu herói. Me faltam palavras para descrever aquela voz".
Samba ou bossa-nova não fazem parte de seu repertório musical. Ainda assim, a relação com o país natal é das melhores. Em uma entrevista para a edição alemã da revista Vogue, Dillon falou sobre o Brasil: "Eu fico eufórica sempre que o avião pousa em São Paulo. As pessoas lá são claramente mais tranquilas e menos vaidosas. Mas, depois de algumas semanas, eu já quero voltar para a Alemanha".
Planos de shows no Brasil ainda estão em aberto. Por conta das gravações do segundo álbum com lançamento previsto para março de 2014 Dillon se apresentou duas únicas vezes ao vivo neste ano.