A repressão sob dois pontos de vista

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As ditaduras brasileira e argentina geraram consequências, dor e mortes que ocasionaram reflexos na história de ambos os países. Ver como importantes artistas brasileiros e argentinos falaram sobre o período por meio de sua arte será possível na mostra América do Sul – A Pop Arte das Contradições, que será inaugurada hoje, às 19 horas, no Museu Oscar Niemeyer (MON). São mais de 80 trabalhos selecionados pelos curadores Paulo Herkenhoff, responsável pelas obras nacionais, e Rodrigo Alonso, que escolheu os quadros de artistas argentinos (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).

Cildo Meireles, Hélio Oi­ticica, Décio Pignatari, Anna Bella Geiger e León Ferrari são alguns dos selecionados – as obras vieram de uma coleção completa da Fundación Proa, de Buenos Aires. A reunião das imagens documenta não apenas os períodos repressivos, mas também faz um recorte sobre o movimento pop art em ambos os países, desencadeado na década de 1960.

A diretora do MON, Estela Sandrini, diz que a mostra é uma das "mais esclarecedoras" sobre ditaduras militares – nesta época ela inclusive viveu na Argentina, e retornou ao Brasil em um dos períodos argentinos mais violentos. "É uma temática social, fala sobre censura, opressão e diferenças." Para ela, a semelhança nas obras mostra que o sofrimento foi o mesmo nos dois países. "Vários trabalhos vão gerar um grande questionamento e reflexão sobre um assunto que até hoje é mal resolvido."

Ação

Além da mostra, o museu realiza hoje a ação Mais MON, com horário estendido até as 20 horas e entrada gratuita a partir das 18 horas – a iniciativa de prorrogar o funcionamento começou em setembro, e acontecerá em todas as primeiras quintas-feiras do mês. No período, acontecem apresentações musicais e o lançamento, às 19h30, do primeiro volume de uma série de DVDs intitulada Compositores Paranaenses.