O nome da franquia Missão Impossível, desde o relativo fracasso do terceiro filme no mercado norte-americano, onde rendeu menos do que se esperava, passou a ter duplo sentido. O quarto episódio, se um dia saísse do papel, teria não apenas de reconquistar o interesse do público pelas aventuras do agente Ethan Hunt, mas, sobretudo, provar que seu intérprete, Tom Cruise, poderia voltar a ser o astro de primeira grandeza que um dia foi.
Nos últimos cinco anos, nenhum filme estrelado pelo ator atingiu o êxito comercial que ele costumava alcançar com maior frequência do que qualquer outro ator de sua geração. Missão: Impossível 3 (2006), Leões e Cordeiros (2007), Operação Valquíria (2008) e Encontro Explosivo (2010) não chegaram a ser fracassos nem de público nem de crítica, alguns deles até faturando alto no mercado internacional, mas todos reforçaram a ideia de que Cruise já não era mais o mesmo. Pareciam morrer na praia, muito por conta de uma certa rejeição, acima de tudo nos Estados Unidos, à imagem um tanto desgastada de Cruise, que andou falando e agindo de forma errática em nome da Cientologia, religião da qual ele é adepto e que costuma promover mundo afora.
Missão: Impossível Protocolo Fantasma, que estreia hoje no Brasil, pode marcar uma reviravolta na carreira do ator. Unanimidade de crítica nos EUA, onde estreou em circuito limitado no último fim de semana, o filme é ótimo e Cruise parece ter recuperado o magnetismo e o carisma que fizeram dele um dos grandes nomes de Hollywood nas últimas três décadas.
Aos 49 anos, ele retoma o papel do agente especial Ethan Hunt em grande forma física e é visível seu esforço para dar o melhor de si. E, desta vez, por conta de um bom roteiro, efeitos visuais de última geração e, acima de tudo, da direção inventiva e eletrizante de Brad Bird duas vezes vencedor do Oscar, pelas animações Os Incríveis e Ratatouille , deve arrebentar nas bilheterias do mundo todo e retornar ao topo de Hollywood.
Guerra nuclear
Este quarto episódio tem início em Budapeste, capital da Hungria, onde os agentes da Impossible Missions Force (IMF) Jane Carter (Paula Patton, de Preciosa), Trevor Hanaway (Josh Holloway, o Sawyer do seriado Lost) e o hilário especialista em tecnologia Benji Dunn (Simon Pegg, de Star Trek) têm a tarefa de interceptar um courier com códigos que poderão desencadear uma guerra nuclear. Mas acabam falhando.
Como consequência, Ethan Hunt, que está preso em uma penitenciária de segurança máxima em Moscou, tem de ser resgatado, em uma ação espetacular, para que lidere os agentes que estavam na Hungria na difícil missão de entrar no Kremlin, com o objetivo de saber mais sobre o futuro destinatário dos tais códigos secretos: um sujeito cujo codinome é Cobalto, vivido por Michael Nyqvist (da versão sueca de Millenium O Homem Que Não Amava as Mulheres).
Quando essa operação também falha, e parte da sede do governo russo vai pelos ares, Hunt é responsabilizado pelo suposto atentado terrorista. O incidente faz com que o governo americano invoque o Protocolo Fantasma, o que significa que a IMF deixará de existir e seus agentes passarão a agir por sua própria conta e risco.
Essa situação força Hunt e sua equipe, que ganha mais um integrante, o misterioso William Brandt (Jeremy Renner, de Guerra ao Terror), a sair em uma alucinada caça planetária a Cobalto, que passa por Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Mumbai, na Índia.
Produzido por J.J. Abrams, criador da série Lost e diretor de filmes como Missão: Impossível 3 (2006), Star Trek (2009), Super 8, Missão: Impossível Protocolo Fantasma se beneficia muito da experiência de Brad Bird com o cinema de animação. Como verossimilhança nunca foi uma exigência desse gênero cinematográfico, o diretor, a partir de um roteiro eficiente, ainda que não fantástico, cria sequências de ação sensacionais, que fazem uso de movimentos de câmera vertiginosos, construções de planos inventivas a serviço de uma narrativa acelerada que consegue, ao mesmo tempo, sempre aliar suspense ao humor, sem nunca cair no pastelão.
Por causa disso tudo, a trama, ainda que envolvente por si só, é potencializada, fazendo de Missão: Impossível Protocolo Fantasma uma das grandes surpresas de 2011. GGGG
STF inicia julgamento que pode ser golpe final contra liberdade de expressão nas redes
Plano pós-golpe previa Bolsonaro, Heleno e Braga Netto no comando, aponta PF
O Marco Civil da Internet e o ativismo judicial do STF contra a liberdade de expressão
Putin repete estratégia de Stalin para enviar tropas norte-coreanas “disfarçadas” para a guerra da Ucrânia
Deixe sua opinião