Em seu lar harmonioso, Shrek vive todo dia um final feliz, desde que libertou sua amada Fiona de sua condição ambígua de princesa e ogra, salvou um reino, desafiou um dragão, se casou e teve três lindos bebês. Mas Shrek para Sempre O Capítulo Final (confira o serviço completo)mostra um ogro entediado, saudoso do tempo em fazia todos correrem com um simples urro e praticava atos mais heroicos do que trocar fraldas, desentupir a privada e passar o resto da tarde deitado na lama.
A crise de masculinidade do ogro domesticado é rapidamente percebida por um serzinho maligno, Rumpelstiltskin, negociante picareta de contratos para a realização de sonhos, que há muito tempo trama se vingar do ogro verde. Sem saber, quando Shrek beijou Fiona pela primeira vez, transformando-a unicamente em ogra, arruinou o fechamento de um negócio entre Rumpel e os pais da princesa, dispostos a trocar o reino de Tão Tão Distante pela felicidade da filha.
Salvo por um beijo
Agora, só outro beijo apaixonado na mulher amada libertará o ingênuo Shrek do erro que cometeu ao assinar contrato com o trambiqueiro. O problema é que, na realidade paralela onde foi parar, nem mesmo Fiona se lembra dele. E o pior: está mais preocupada com "a causa", ou seja, em libertar os ogros que foram escravizados por Rumpelstiltskin, do que em se envolver num romance com um recém-chegado que nem ao menos sabe se defender.
O capítulo final da franquia, dirigido por Mike Mitchell, supera em qualidade os dois filmes anteriores ao propor esta espécie de crise de identidade de Shrek, além de um embate entre o feminino e o masculino. Fiona abandona a condição de princesinha-ogra-dona-de-casa e toma as rédeas de uma revolução, sem deixar de acalentar o sonho de ser mãe e de encontrar o homem que a salvará de sua maldição.
São discussões apresentadas em meio às típicas situações engraçadas dos filmes de Shrek, que se renovam em um roteiro mais preocupado em contar uma boa história do que em fazer o público rir a qualquer custo. As gargalhadas, menos frequentes, vêm espontâneas, assim como a emoção ao ver o ogro declarar que foi muito bom ter tido a chance de ser apaixonar pela segunda vez pela esposa.
E quanto ao 3D, novidade que acompanha o derradeiro capítulo da franquia? O diretor, sabiamente, não exagerou nos efeitos especiais que, em alguns filmes, acabam se sobrepondo ou tirando a atenção sobre a história. Há momentos em que o 3D dá mais dramaticidade à trama, como, por exemplo, quando Shrek voa na vassoura de uma bruxa no interior luxuoso do castelo de Rumpelstiltskin.
A desvantagem maior ainda fica por conta dos óculos, que escurecem a tela basta tirá-los para ver como o laranja do agora reforçado Gato de Botas poderia ser bem mais intenso.
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