Em A Saga Amorosa dos Amantes de Píramo e Tisbe, interação provoca público e aproxima teatro do espectador| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo
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Durante as duas semanas de Festival, mesmo quem nem pensa em ir ao teatro em Curitiba pode acabar assistindo a um espetáculo inteiro sem sobreaviso. São 57 peças de rua espalhadas principalmente pelo centro da cidade, que acontecem até o próximo domingo.

Quem passa perto e se interessa pode virar cliente. Foi o caso do músico amador Satchel Eduardo Matsuda, de 25 anos, que chegou na última sexta-feira a Curitiba de mala e cuia para tentar a vida, vindo de Mogiguaçu (SP). Assim que viu o Coletivo Shakespeare Livre se preparando para fazer Dois Cavalheiros de Verona, ao redor do Bebedouro do Largo da Ordem, na última terça-feira, parou e esperou.

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"Na minha cidade tem um centro cultural que parece de fachada. Aqui a cultura é linda de ver", disse, já perguntando por outros espetáculos.

Lindo também é ver crianças tendo o primeiro contato com o teatro nas ruas, graças a professores que aproveitam a programação itinerante do festival para levar os alunos e depois esmiuçar metáforas e lições para a vida em sala de aula.

Mais da metade do público que compareceu na tarde de ontem para conferir o grupo de idosos Delirivm, de São Simão (SP), era formada por essa irrequieta plateia, que repetia trechos das falas e ria à vontade.

A peça E Cada Vez Que Ele Passa, Vai Levando Qualquer Coisa Minha encheu a Praça Santos Andrade com uma música envolvente, figurinos bem-elaborados e dança de grupo – atraindo a atenção dos estudantes, que logo se acalmaram.

O interesse da professora da ONG Gerar Anarian Mendes, que levou para lá 26 alunos do projeto Aprendiz, com cerca de 16 anos de idade, não é só a compreensão do espetáculo.

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"As peças de rua muitas vezes são interativas, e é assim que vemos a desenvoltura do aluno. Ensinamos que, no trabalho, eles terão que se soltar e fazer um marketing pessoal", explica.

Foi o que ela pensou ao levar os alunos para ver A Saga Amorosa dos Amantes de Píramo e Tisbe, na Praça Osório, peça com envolvimento da plateia.

Homens sobre o pó

Único espetáculo de dança da Mostra 2013, In the Dust tem apresentações hoje e amanhã no Teatro Marista (R. Joaquim de Matos Barreto, 98 – São Lourenço), (41) 3074-2531, às 21 horas. A 2Faced Dance Company, da Escócia, mostra um pouco do cenário britânico de danças urbanas, com elementos de hip-hop, break dance e outras vertentes. No espetáculo, estão em cena apenas homens, que se movem sobre o pó de forma impressionante. Na composição temática, questões como a decadência e a destruição, em meio a habilidades artísticas desafiadoras. Os ingressos, ainda à venda, custam R$ 60 e R$ 30 (meia-entrada).

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Uma tragédia no carnaval

O Brasil é o país do carnaval no imaginário popular aqui e no resto do mundo. Esse preceito coloca o povo brasileiro como feliz e festeiro. Partindo desse conceito, a peça Maravilhoso usa como pano de fundo o carnaval do Rio de Janeiro para contar a trágica história de um homem que, após a morte da mãe, consegue um emprego como assistente de um bicheiro e dono de uma escola de samba carioca. Em uma noite de carnaval, o homem contraria um desejo do bicheiro e sua vida é transformada. Maravilhoso é um projeto do ator Paulo Verlings e é inspirado em Fausto de Goethe. O texto é de Diogo Liberano e a direção do espetáculo é de Inez Viana. A peça fica em cartaz hoje e amanhã, às 21 horas, no Teatro Bom Jesus. Ainda há ingressos para a encenação.

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Para assistir

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A Princesa Engasgada

Cavalo Babão (Largo da Ordem). Hoje, às 18 horas. Peça gaúcha em formato de farsa.

Afro Jazz Rap Roots

Ruínas de São Francisco. Hoje, às 15 horas. Peça baiana que faz uma viagem musical.