A um passo do humor involuntário

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Eleventh Hour, ou a 11ª hora, é mais um derivado de C.S.I. – Crime Scene Investigation. Culpa, por assim dizer, de Jerry Bruckheimer, um produtor de ganância mundialmente conhecida na tevê (as versões de Nova Iorque e Miami para o seriado C.S.I., mais Cold Case e Without a Trace são exemplos dela) e no cinema (Pearl Harbor, Armageddon e Piratas do Caribe).

Quando uma idéia faz sucesso, Bruckheimer, assim como toda a indústria de entretenimento dos Estados Unidos, a utiliza até o osso.

Pois Eleventh Hour roe o que sobrou dos seriados de investigação com um quê de aula de ciência. Rufus Sewell, um ator britânico com um rosto familiar graças a papéis coadjuvantes em filmes populares (O Ilusionista e A Lenda do Zorro) faz o papel do dr. Jakob Hood, um biofísico do governo destacado para trabalhar com a policial bonitona Rachel Young (Marley Shelton, que teve uma participação pequena na cinebiografia de George W. Bush, dirigida por Oliver Stone, inédita no Brasil).

A dupla investiga somente crimes científicos – daí que o conhecimento de Hood se faz necessário – e entra em cena quando o FBI não dá conta do problema.

No quarto episódio da primeira temporada, por exemplo, acontece uma série de seqüestros de crianças autistas que, depois de libertadas, apresentam um comportamento estranho, algumas voltam a falar, outras se utilizam de desenhos para se comunicar.

Depois de algumas aulas sobre o funcionamento do cérebro humano com e sem autismo, Hood e Rachel descobrem que o vilão da história é um médico desesperado para encontrar uma "cura" para o próprio filho, que é autista. Mesmo que, para isso, precise usar outras crianças como cobaias.

O episódio conseguiu incluir uma explosão e uma perseguição, além de um momento tocante envolvendo uma das mães de criança seqüestrada. Tudo acaba bem, claro, mas o fato de ser previsível não é o maior problema do seriado. Na verdade, o sucesso de uma produção do gênero – que pode ser encarada como a telenovela dos norte-americanos – é o conforto de estar em terreno conhecido.

O negócio é dar algo novo ao espectador mesmo dentro desse ambiente familiar. Quando a fórmula é bem executada, os resultados são bons, tanto que os dois derivados do C.S.I. original fizeram um sucesso relativo (juntos, os três renderam mais de 300 episódios produzidos).

Eleventh Hour tem algo de mirabolante que não funciona, que beira o humor involuntário. Numa cena, o médico perseguido pelos agentes é rendido bem no meio de uma cirurgia, segurando o bisturi e com a cabeça do paciente aberta.

C.S.I. também tem das suas, mas o resultado consegue escapar do ridículo. Raspando.

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Serviço

Eleventh Hour é exibida às segundas-feiras, às 21 horas, no Warner Channel.