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 | Leonardo Aversa/Divulgação
| Foto: Leonardo Aversa/Divulgação

Estreia

Verdade – Uma Ilusão

Show da cantora Marisa Monte. Grande Auditório do Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Dias 1º e 2, às 21 horas, e dia 3 de junho, às 19 horas. Os ingressos, à venda na bilheteria do Guaíra e no site www.tguaira.pr.gov.br, custam R$ 290 (plateia), R$ 250 (1º balcão) e R$ 150 (2º balcão). A meia-entrada é válida para estudantes e pessoas acima dos 60 anos. Há 10% de desconto para titulares do Clube do Assinante Gazeta do Povo e Cartão Fidelidade Teatro Guaíra. Classificação indicativa: livre.

      Para Marisa Monte, iniciar suas turnês nacionais em Curitiba, no palco do Teatro Guaíra, já virou uma tradição. E com Verdade – Uma Ilusão não será diferente. "É um espaço de um padrão excepcional em todos os sentidos, técnicos sobretudo. Como a estreia é um momento em que muitas coisas estão acontecendo pela primeira vez, você estar em um lugar que lhe dá toda essa segurança de infraestrutura é muito importante, disse a cantora em entrevista concedida à reportagem da Gazeta do Povo por telefone. O show, que será apresentado de sexta-feira a domingo, tem como base o mais recente álbum da cantora, O Que Você Quer Saber de Verdade, cujo repertório inclui os sucessos "Ainda Bem" e "Depois", temas, respectivamente, das novelas Amor Eterno Amor e Avenida Brasil. O set list, no entanto, será bem mais amplo, e Marisa, desta vez, contará com a colaboração luxuosa dos músicos Dengue (baixo), Pupilo (bateria) e Lúcio Maia (guitarra), a "cozinha" da banda pernambucana Nação Zumbi. Confira, a seguir, o que Marisa concordou revelar sobre o espetáculo, ainda cercado de mistérios.

      Título do show

      "O Que Você Quer Saber de Verdade, título do álbum e nome de uma das músicas do disco, é uma afirmação, não é uma pergunta, mas algo objetivo, e que pressupõe a existência da verdade. E, no disco, há uma outra música que fala, justamente, que a verdade é uma ilusão. Eu quis relativizar um pouco isso. A verdade só existe no íntimo. Ela existe para cada um de nós, não de uma forma coletiva. Existe quando não tem ninguém olhando. Quando tem, ela vira versão na mesma hora. Acho interessante as duas músicas estarem no mesmo álbum, porque elas sugerem ideias opostas."

      Repertório

      "O repertório tem algumas músicas do disco novo, outras escolhidas dos outros todos. Tem outras exclusivas para o show, que nunca cantei. O que rege isso é um equilíbrio interno entre as canções, os assuntos, as ideias musicais mesmo. É um raciocínio natural que parte do que eu fiz mais recentemente, do novo trabalho, da história da minha carreira toda. E do que a formação, os meus músicos, oferecem como possibilidade. Partimos de um universo maior, e fomos enxugando, enxugando, até chegar a essas 25 músicas que temos hoje. Eu posso citar uma que eu nunca cantei ao vivo, que é ‘De Mais Ninguém’, uma das primeiras composições minhas e do Arnaldo [Antunes] e é uma música que eu adoro. E tem outra que não estava na última turnê, e eu também adoro cantar: ‘Diariamente’. Tem canções que eu não gravei, mas essas são ‘supresinhas’. Posso dizer uma delas é uma composição minha gravada por outra pessoa, e eu nunca cantei, ou gravei."

      Nação Zumbi

      "Eu dei uma sorte com a banda nessa turnê. Durante a gravação, eu já tinha trabalhado com o Pupilo, o baterista da Nação Zumbi, e ele é um dos músicos mais brilhantes da minha geração. Nos meus discos Universo ao Meu Redor e Infinito Particular [ambos de 2006], ele já havia feito algumas coisas no estúdio comigo, mas eu nunca imaginei tê-lo ao vivo, porque ele tem uma agenda atribulada com a Nação. Nesse último álbum, eu convidei o power trio da Nação, que é o Dengue (baixo), o Pupilo (bateria) e Lúcio Maia (guitarra), para gravar algumas bases, de novo em trabalho de estúdio. E aí a gente foi se aproximando e, no fim do ano passado, a gente fez um trabalho ao vivo, uma apresentação para o lançamento da loja virtual iTunes aqui no Brasil, que era um show fechado, registrado, gravado. Como era um projeto breve, achei que convinha um convite a eles, e foi maravilhoso. A gravação ficou linda. A partir disso, a gente começou a pensar na possibilidade de conciliar o trabalho deles com a turnê, e eu acabei pegando emprestado, por um tempo, o trio, que é único no Brasil. Um luxo para mim. Eles têm uma sonoridade de banda, porque tocam juntos há muito tempo. Juntei a eles alguns músicos da minha antiga banda. O Dadi, que é meu parceiro de muito tempo, que tem um trabalho muito próximo, e gravou o disco todo. E o Carlos Trilha, que é produtor, e trabalha comigo há anos. Ele faz toda a parte de programação, de teclados. Somado a isso, teremos um quarteto de cordas, para o qual eu adaptei meus arrnajos antigos. Alguns foram refeitos para esses músicos, que eu nunca tive na minha turnê. É a mesma formação exatamente que estava no iTunes. A gente está superafiado, ensaiando há algum tempo, e está lindo. O trabalho deles é incrível."

      Conceito visual

      "Eu só vou revelar isso na estreia. Você sabe que eu adoro fazer shows. Acho que a parte visual serve para potencializar o sentido das canções. O show não é uma experiência somente sonora, é de multimídia, de visual. Então, eu gosto de lançar mão de todos esses recursos para me comunicar com as pessoas ao vivo. Quem acompanha minha carreira, pode esperar uma sequência do que tem sido a minha história nos palcos. O cenógrafo é o Marcelo Lipiani, a direção é minha, do Leonardo Netto e do Claudio Torres, que é o mesmo time com o qual eu trabalho há anos, o que é ótimo, porque a gente tem uma intimidade muito grande, e uma evolução juntos. Podemos ir olhando para trás, e partir do que já existe, um relacionamento muito maduro. A direção de arte é do Batman Zavarezzi, que trabalha muito com interação de mídias, e o figurino é da Rita Murtinho."

      MPB X Pop

      "Os rótulos são sempre muito limitantes, e a gente tem de manter a liberdade, para transitar entre estilos, entre maneiras diferentes de se comunicar. Eu não sou mais só uma cantora. Hoje em dia, o meu trabalho de compositora vai além do meu de intérprete. Também sou produtora. Esse trânsito e essas formas diferentes de trabalhar a música me interessam. É uma expansão natural que eu venho experimentando, e eu nunca me enquadrei muito em qualquer tipo de rótulo. O que mais me interessa quando eu faço um trabalho profissional é que eu quero me comunicar com as pessoas, e isso é uma característica que meu trabalho tem desde meu primeiro disco, desde "Bem Que Se Quis" e "Beija Eu" [sucessos da cantora], passando pelos discos Cor de Rosa e Carvão, Memórias, Crônicas e Declaraçoes de Amor, pelos Tribalistas."

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