O sucesso do canal pago Discovery Channel e a longevidade de programas como o Globo Repórter atestam: o público (não só o brasileiro, mas do mundo todo) tem grande interesse por filmes e reportagens sobre a vida dos animais. Então não é surpresa que um dos maiores sucessos nos cinemas americanos nos últimos meses seja o documentário francês A Marcha dos Pingüins, que estreou há duas semanas no Brasil e chega hoje às salas da capital paranaense. O filme, favorito ao Oscar de documentário deste ano, é a segunda maior bilheteria do gênero na história, arrecadando US$ 80 milhões nos EUA, perdendo apenas para Fahrenheit 11 de Setembro, do polêmico diretor Michael Moore (que faturou US$ 120 milhões)

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E o interesse do espectador aumenta ainda mais quando os personagens retratados são "fofinhos", como os pingüins-imperadores filmados pelo diretor Luc Jacquet. A quantidade de "oh!!!" e "ah!!!" emocionados e grandes sorrisos são garantidos no documentário, pois o francês optou por dramatizar a milenar marcha de milhares de aves em busca de um local de acasalamento, na Antártida.

A produção conta com um casal de protagonistas – dublados na versão brasileira pelos atores Patrícia Pillar e Antonio Fagundes –, que relata todas as dificuldades da longa e difícil jornada em pleno inverno do gelado continente. O espectador fica sabendo que são as fêmeas que disputam (às vezes no tapa mesmo) os machos, que são em menor número. Em contrapartida, são eles que chocam os ovos enquanto elas saem em busca de alimento para o filhote que ainda irá nascer.

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Quando vem ao mundo, o filho do casal também recebe uma dublagem – no Brasil, ela é feita por uma criança que mais parece ter acabado de sair de uma praia do Rio de Janeiro, tal é seu sotaque carregado com os característicos "erres" cariocas. A previsão é de que Curitiba receba apenas uma versão legendada do filme (no Cinesystem), que seria a original francesa – na versão americana, o documentário tem apenas um narrador: o premiado ator Morgan Freeman (Menina de Ouro).

A região inóspita retratada contribui com momentos de rara beleza presentes no documentário. O roteiro tem boa estrutura e uma trilha sonora com canções é utilizada para dar um clima mais romântico a algumas seqüências. Há também cenas tensas, mostrando que muitas crias não vingam por causa do frio ou pela ação de algum predador. A emoção chega com a relação dos filhotes com os pais, seus primeiros passos e o rápido amadurecimento, pois em pouco tempo eles terão de se lançar ao mar, para meses mais tarde retomar toda a marcha do acasalamento. Diversão sem sobressaltos para todas idades e tipos de público. GGG