O Rappa não esconde sua predileção por tocar no sul do país. "Começamos a ser ouvidos primeiro em Curitiba e Porto Alegre, para depois sermos ouvidos pelo Sudeste", conta o vocalista Falcão, em uma entrevista por telefone à Gazeta do Povo. Não por acaso, o show que prepararam para esta sexta-feira (2), a partir das 23 horas, no Pavilhão Coberto do Expotrade, em Pinhais, é substancialmente longo: quase três horas. "Não é uma micareta, é um show do Rappa", brinca Falcão, e completa: "Nada mais justo do que agradecer e oferecer isso para as pessoas que não nos esqueceram".
A apresentação tem o repertório baseado no último registro ao vivo do quarteto, o CD e DVD Ao Vivo na Rocinha, que revisita toda a trajetória do quarteto carioca. "Fizeram uma votação para ver qual banda tocaria naquela garagem antes que ela fosse desativada e transformada em conjunto habitacional e nos escolheram. Quisemos fazer um registro ao vivo da nossa carreira e mostrar a Rocinha como um lugar feliz, que representasse todas as comunidades em que fazemos trabalhos sociais", explica o vocalista.
O show foi feito em 2009, poucos meses antes de a banda entrar no recesso que durou quase dois anos, até o último mês de outubro. Falcão diz que esse hiato foi benéfico: "Só acelerar não é saudável para o artista. É preciso parar e dar uma reciclada. Como disse Miles Davis, até a pausa é música".
O ócio do Rappa é frutífero. Falcão conta que, no período em que ficaram parados, a banda ganhou mais dois prêmios com o último álbum de estúdio, 7 Vezes, e compôs material suficiente para entrar em estúdio no começo do ano que vem: "Temos mais de oitenta obras que só precisamos separar e decidir o que vamos trabalhar de letras e melodias no estúdio. Até abril, já teremos a espinha dorsal do novo disco".
Ativismo social
A campanha do grupo GRPcom, Paz Sem Voz É Medo, tem seu título emprestado da letra de "Minha Alma", uma das músicas mais emblemáticas da carreira do Rappa. Falcão disse que se sentiu feliz com a homenagem: "É uma música muito importante para nossa carreira e ela tem uma mensagem em que a gente acredita bastante. As palavras têm uma positividade muito forte e é importante que as pessoas acreditem que elas realmente têm o livre arbítrio para falar sem medo e não se calar perante qualquer atitude".
Mesmo assim, prevalece o espírito apolítico o que, em parte, justifica o som democrático do Rappa, talvez a banda com o público mais heterogêneo do Brasil. "O importante é a atitude que você impregna naquilo em que você acredita. E nós quatro somos muito diferentes, cada um agrega uma coisa diferente para a banda. Somos multirraciais e democráticos", afirma.
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