| Foto: Divulgação

Biografia

Ícone da dramaturgia nacional, ator celebra aniversário no Paiol

Uma das personalidades mais importantes da história da arte dramática brasileira, Antônio Abujamra vai completar 81 anos no próximo domingo, 15, em pleno palco do Teatro do Paiol. O ator, diretor, escritor, apresentador e provocador – nascido na cidade de Ourinhos (SP) – é uma das presenças mais fortes no cinema, na televisão e, principalmente, no teatro brasileiro do meio do século passado até os dias de hoje.

Formado em Filosofia e Jornalismo, nos anos 1950, Abujamra foi um dos primeiros artistas a introduzir métodos teatrais de Bertold Brecht e outros conceitos de vanguarda do teatro contemporâneo aos palcos brasileiros.

Na longa carreira, dirigiu produções aclamadas como A Cantora Careca, em 1959 – que venceu o Prêmio Juscelino Kubitschek de Oliveira –, e O Casamento, em 1998, que ganhou o Prêmio Shell.

Na tevê, dirigiu programas em várias emissoras. Como ator, ele participou de cerca de 15 novelas, com destaque para o personagem Ravengar, em Que Rei Sou Eu?. Desde 2000, comanda o programa de entrevistas Provocações, na TV Cultura.

No cinema, atuou em mais de 20 filmes e ganhou o Kikito de melhor ator no Festival de Gramado, em 1989, com o filme Festa, dirigido por Ugo Giorgetti.

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Programe-se

A Voz do Provocador

Teatro do Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº – Prado Velho). Dia 15, às 19 horas. Ingressos gratuitos a serem retirados na bilheteria do teatro, a partir de sábado.

Leitura

Antônio Abujamra Lê Fernando Pessoa - Fnac (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600 – Ecoville), (41) 2141-2000. Dia 13, às 19h30, Entrada gratuita.

Abujamra em cena no teatro
Abujamra em cena na novela Que Rei Sou Eu?, no papel de Ravenga
Abujamra no filme Festa, de Ugo Giorgetti

O ator, diretor e dramaturgo Antônio Abujamra estará em Curitiba neste final de semana em dois eventos, nos quais atuará no papel que melhor lhe cabe nos últimos 15 anos: o de provocador-mor da inteligência brasileira.

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Na sexta-feira, 13, ele autografa seu audiolivro Antônio Abujamra Lê Fernando Pessoa, na Fnac do ParkShopping Barigui. A obra, no formato MP3, tem cerca de uma hora e meia de declamações, que reúnem 35 poemas do poeta português, incluindo três de seus heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos). Abu, como é conhecido, promete declamar alguns dos textos e fazer interações com o público.

No domingo, 15, ele encena no Teatro do Paiol o monólogo A Voz do Provocador. O espetáculo é parte das comemorações de aniversário de 15 nos do programa RadioCaos.

Projetos

O monólogo é um dos projetos pessoais de Abujamra. Toda a encenação tem influência na estrutura do programa Provocações, que apresenta na TV Cultura desde o ano 2000.

No palco, Abujamra mistura comédia, tragédia e seu habitual humor corrosivo para tentar entender temas, como "o que é ser brasileiro" e "a loucura da sociedade moderna", a partir de provocações à plateia. Algo que sempre motiva o surgimento de outros assuntos para o debate.

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O autor, que defende a posição de que o teatro existe para "incomodar", usa sua experiência de mais de 50 anos no ofício para não "fechar certezas, mas para cultuar as duvidas".

Durante o espetáculo, que dura cerca de uma hora, são exibidos trechos em vídeo, como a leitura do discurso de Cristovam Buarque sobre a internacionalização da Amazônia.

Abujamra também faz um flashback de sua carreira, sempre cutucando a mediocridade, seja da política ou das artes brasileiras.

Espaço

Há ainda espaço para a poesia por meio da leitura de trechos da obra de Fernando Pessoa, Bertold Brecht e Clarice Lispector, entre outros. Embora o texto seja um apanhado de citações de outros artistas e pensadores, alguns desconhecidos, a curadoria reflete a "visão de mundo" de Abujamra.

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O autor já definiu a peça "como um tributo a Spalding Grey, ator e escritor americano, que atuava acompanhado apenas de uma cadeira, mesa e copo de água".

Na parte final do espetáculo, quando abre espaço ao diálogo com o público, a peça se torna "uma espécie de aula-espetáculo, na qual a plateia pode interagir. Na qual o espectador movimente sua cabeça, suas ideias".