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Veneza (Itália) – O filme Sanxia Haoren, do diretor chinês Jia Zhang-Ke, ganhou no último sábado o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza. O Leão de Prata da 63.ª edição do evento ficou com o diretor francês Alain Resnais, por seu filme Corações – Pequenos Medos Compartilhados.

Sanxia Haoren aborda a China atual por meio da história de um mineiro e de uma enfermeira que chegam a uma pequena aldeia para salvar seus respectivos casamentos. O filme entrou na seleção oficial de última hora e foi considerado a "zebra" do festival. Zhang-Ke também participou do evento na seção paralela Horizontes, com o documentário Dong, sobre a construção de um enorme dique na região de Três Gargantas. "Estou orgulhoso de apresentar em Veneza, uma cidade que tem tanta água, duas obras que têm a ver com água", declarou o cineasta.

Já Resnais, inspirador da nouvelle vague, premiado em Veneza, em 1961, por O Ano Passado em Marienbad, recordou com terror daqueles dias, pelas críticas e protestos do público contra seu filme. Hoje, com mais de 80 anos e meio século depois, recebe finalmente o importante prêmio. O júri, composto pela atriz Catherine Deneuve e os cineastas Bigas Luna, Cameron Crowe e Park Chan-Wook, elogiou o humor agridoce e o ritmo da obra do francês, que fala de achar a felicidade impossível e da solidão.

A Copa Volpi, prêmio de melhor interpretação masculina da mostra, foi concedida ao ator norte-americano Ben Affleck, protagonista do filme Hollywoodland, de Allen Coulter. Já a Copa Volpi de melhor atriz foi para a inglesa Helen Mirren, por sua interpretação em The Queen, de Stephen Frears.

Affleck, que interpreta George Reeves, o primeiro Super-Homem da história da televisão, nos anos 50, teve de engordar 20 quilos para viver o personagem. O filme trata de um dos maiores mistérios de Hollywood, quando Reeves foi achado morto em seu quarto em uma noite de junho de 1959, aparentemente por suicídio.

Já a célebre atriz inglesa Helen Mirren seduziu o júri por sua magistral interpretação da rainha Elizabeth II. O filme, um retrato cru e divertido da família real inglesa, relata com elegância e ironia o impacto que representou para a monarquia inglesa a inesperada morte da princesa Diana.

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