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O terror e o sobrenatural são temas constantes nas histórias criadas por Steve Niles, um dos principais nomes dos quadrinhos da atualidade. O norte-americano tem mais um título lançado no Brasil pela Devir Livraria: Aberrações – No Coração da América (152 págs, R$ 38,50), trabalho que não conta com a tradicional parceria do desenhista Ben Templesmith – de 30 Dias de Noite, Dias Sombrios, Retorno a Barrow (todos da Devir) e Crimes Macabros (Pixel Media). O responsável pela arte da nova trama elaborada pelo roteirista é Greg Ruth, ilustrador da série Conan.

Menos sombrio do que a trilogia dos vampiros da cidade fictícia de Barrow, no Alasca – cujo primeiro capítulo deve chegar ao cinemas no próximo ano sob a direção de David Slade, de Menina Má.com, em cartaz nos cinemas de Curitiba – e das histórias do anti-herói Cal McDonald (Crimes Macabros), Aberrações é ambientado no interior dos EUA, numa pequena cidade rural que esconde terríveis segredos apesar da pacata aparência.

O garoto Trevor vive numa fazenda com os pais e os irmãos. Will, o mais novo e diferente deles (com uma grande cabeça e muito forte, apesar da pouca idade), é hostilizado pelo pai, sendo escondido em um local secreto e alimentado com sobras de comida. Quando o velho ameaça se livrar do caçula, Trevor faz de tudo para salvar o irmão, liderando uma fuga na qual vai descobrir na comunidade outras crianças especiais iguais a Will.

Niles remete um pouco a origem das aberrações ao filme A Aldeia dos Amaldiçoados (de 1960, que teve o remake A Cidade dos Amaldiçoados estrelado por Christopher Reeve, em 1995): todos os bebês nasceram em diferentes famílias no mesmo dia, anos antes. Sem saber o que fazer com eles, a população da cidade decide matá-los, mas alguns são poupados secretamente do sacrifício, crescendo escondidos. A exposição e a libertação vêm através da iniciativa do menino Trevor.

A aventura se desenvolve mais na parte visual – que conta com o traço correto de Ruth, bem mais convencional do que a arte radical de Templesmith. Niles não se aprofunda muito no tema, mas a história fala da aceitação das diferenças, uma discussão pertinente nos dias atuais, principalmente na América do autor.

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