Vídeo| Foto: Reprodução/TV Globo

As mostras competitivas do Cine Ceará tiveram início no sábado, com uma sessão complicada no Cine São Luiz, localizado no centro de Fortaleza. A abafada sala do cinema e os dois fracos longas-metragens programados fizeram a maior parte do público abandonar precocemente o local. O argentino Chile 672, da dupla Pablo Bardauil e Franco Verdoia, apresenta a vida de moradores de um prédio de Buenos Aires. Já o português Body Rice, de Hugo Vieira da Silva, traz um grupo de alemães (!?) dançando música eletrônica em uma região deserta do Tejo para se curar do vício das drogas (!?). As bizarrices do primeiro e a falta completa de sentido do segundo foram um verdadeiro teste de paciência para quem ficou até o fim da sessão.

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A programação de domingo, ao contrário, foi mais interessante ao público, a começar pela apresentação do belo curta-metragem de animação cearense Vida Maria, de Márcio Ramos, vencedor de vários prêmios no recente Cine PE 2007. De maneira inteligente e sucinta, o filme apresenta o sofrido ciclo de vida das mulheres de uma família do sertão do Ceará.

O primeiro longa da noite foi Querô, de Carlos Cortez, um dos favoritos do festival, baseado no romance homônimo do dramaturgo Plínio Marcos. A trama fala de um rapaz órfão, que encara o mundo com a mesma violência que foi criado.

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Assim como no filme de abertura do festival, A Ilha da Morte, de Wolney Oliveira, Cuba também é tema de A Idade Mais Chata, de Pavel Girou, uma co-produção de Cuba, Venezuela e Espanha segunda longa da noite. Também ambientado na Havana pré-revolução de Fidel Castro, o interessante e bem estruturado drama familiar (o roteiro tem o selo do prestigiado Festival de Sundance) fala sobre as dificuldades de um garoto de dez anos, cuja mãe não consegue manter um relacionamento estável, e por isso vive se mudando.

Os dois vão morar com a avó, uma pessoa fechada, que não se dá bem com a filha e não tolera o neto. O início da chamada "idade chata", da pré-adolescência, desperta seu interesse por uma mulher mais velha, por quem se apaixona. Ao mesmo tempo, ele vai aos poucos se aproximando da avó, aprendendo com ela a profissão de retratista.

O Cine Ceará segue nesta segunda destacando o documentário Patativa do Assaré – Ave da Poesia, do diretor cearense Rosemberg Cariry (Corisco e Dada), sobre o importante poeta local, e também alguns curtas-metragens.

O Cine Ceará programa para esta terça vários curtas-metragens e o longa peruano Mariposa Negra, de Francisco Lombardi.

O repórter viajou a convite do evento

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