O Ateliê de Criação Teatral realiza hoje uma leitura dramática e, de certa forma, histórica. Ao escolher obras de Manoel Carlos Karam, o Vozoff – nome dado ao evento sediado pelo ACT – anuncia o retorno ao teatro do autor de Pescoço Ladeado por Parafusos e de Encrenca.

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Karam escreveu e dirigiu peças por quase uma década, boa parte dela ligado ao Grupo Margem, formado quando ainda era estudante. Em 1980, anunciou que deixaria os palcos para poder se dedicar à literatura.

"Sempre quis me dedicar aos livros. Na faculdade, surgiu a idéia de montar o grupo teatral. Na nossa primeira reunião – era uma sexta-feira, eu lembro –, todos tinham de levar sugestões de peças que poderiam ser montadas. Eu acabei escrevendo uma", lembra. Assim começou a história de Karam com a dramaturgia.

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Fora do teatro, seguiu trabalhando como jornalista e escrevendo. Publicou sete romances, todos serviram de referência para a leitura organizada por Nadja Naira, Michelle Pucci e Luiz Felipe Leprevost.

Para Karam, a maior vantagem do teatro sobre o livro é o fato de ser uma arte coletiva. "Escrever é solitário", diz. "Saber que tem gente nova recuperando meus textos é bom e pode significar uma volta", admite o escritor, cogitando a possibilidade de trabalhar em uma peça nova.

Embora passeie por toda a bibliografia de Karam, a leitura tem como base O Impostor no Baile de Máscaras. O resultado funciona como uma colagem de textos, agrupando temas recorrentes. Um deles é, justamente, o teatro. Apesar de se dedicar à literatura, o catarinense radicado em Curitiba há 40 anos parece que nunca perdeu os palcos de vista.

"Ele gosta de voltar aos assuntos. É o jeito de ele se relacionar com a própria obra e de reescrever seus textos", afirma Nadja. Além do trio que "arrumou a Encrenca", participam da leitura os atores Diego Fortes e Alexandre Nero, e o músico Bruno Karam, filho do escritor.

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Serviço: Vozoff: Encrenca. Leitura dramática de textos de Manoel Carlos Karam e exposição de cartazes do Grupo Margem. ACT – Ateliê de Criação Teatral (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305 – São Francisco), (41) 3338-0450. Hoje, a partir das 19h (a exposição) e às 20h (a leitura). Ingressos a R$ 10 e R$ 5.