Apesar da batalha judicial pela guarda do filho Oliver, de 4 anos, ser no Canadá, o advogado de Louise Wischermann, mais conhecida pelos brasileiros como a ex-paquita Pituxa, acredita que há "bastante chance" de ela conseguir que o filho venha morar no Brasil. Depois de 18 anos fora do país trabalhando como atriz e empresária, Louise, agora com 36 anos, voltou para se tratar de esclerose múltipla, doença diagnosticada em 2005, que pode trazer fraqueza muscular e perda da coordenação motora.
"Acho que tem bastante chance do juiz canadense entender que a criança tem que ficar com a mãe e autorizar a vinda. O caso dela é especial porque ela tem um fundamento muito forte para vir pro Brasil, que é a doença dela, ela tem que vir pra cá. Ela não está vindo só porque não quer mais ficar no Canadá", explicou o advogado Bernardo Garcia, que apenas orienta a atriz no Brasil e disse estar em contato direto com a advogada de Louise no Canadá.
De acordo com ele, na semana passada o juiz canadense solicitou um estudo psicológico com Oliver, para verificar a vontade do menino e ainda qual seria a situação menos prejudicial para a criança, do ponto de vista psicológico.
Louise disse que irá ao Canadá na primeira quinzena de janeiro, para uma audiência onde se espera que o laudo psicológico esteja pronto. "Eu acho que não está nas minhas mãos, está nas mãos do juiz canadense. Espero que ele realmente veja que não quero tirar meu filho do pai dele, mas quero ser mãe do meu filho de 4 anos", desabafou.
Em entrevista ao programa "Mais Você" na terça-feira (7), ela já tinha falado sobre os obstáculos jurídicos que está enfrentando para conseguir a guarda do menino.
Ela afirma que está apreensiva e só ficará tranquila quando Oliver estiver no Brasil. Os dois se falaram na terça-feira (7), pelo Skype. "Foi ótimo, ele estava super divertido, disse que quer vir pro Brasil. Ele sabe que a mamãe toma injeção uma vez por semana", disse a atriz.
Separação
Segundo Louise, enquanto o tratamento da doença é oferecido gratuitamente pelo governo brasileiro, no Canadá chega a custar cerca de US$ 2.500 mensais. Ela contou que, após receber o diagnóstico da doença, decidiu engravidar antes de iniciar o tratamento, que impede a mulher de ter filhos. A partir daí, começaram as desavenças com o ex-marido, que, de acordo com ela, não queria ser pai.
Louise fez o parto no Brasil e retornou ao Canadá quando o filho tinha cerca de três meses. Tempos depois, iniciou-se o processo de separação e a atriz decidiu voltar de vez para seu país de origem. Só que o ex-marido, agora, também quer a guarda de Oliver.
Por orientação do advogado brasileiro, Louise não trouxe o filho, pois agindo assim ela evitaria que a Convenção de Haia fosse utilizada no caso. A convenção diz que, em casos de separação, o filho deve permanecer no país em que reside.
"A Convenção de Haia só é aplicada quando há subtração do menor. Então hoje não há Convenção de Haia na história", afirmou o advogado.
Além do fato de Louise precisar tratar da doença no Brasil, os argumentos de ela não ter família no Canadá, nem emprego e nem casa podem ajudar na decisão do juiz para que Oliver fique com a mãe.
Pituxa
Louise Wischermann ficou conhecida no final da década de 80, graças aos 4 anos em que foi paquita no "Xou da Xuxa", antes de passar o posto à Letícia Spiller. No exterior ela foi Lyekka, heroína da série de ficção científica "Lexx", que foi ao ar na TV canadense no final da década de 1990 e virou cult entre os fãs do gênero em diversos países.
Ela diz que não vê a hora de retomar a carreira na TV, apesar do diagnóstico de esclerose múltipla. "Tendo o tratamento, a doença não me traz nenhuma limitação, não me atrapalharia em nada", disse, completando em seguida: "Estou viva e quero ter uma vida normal".
Carreira internacional
Aos 18 anos, com a experiência do "Xou da Xuxa" na bagagem, Louise foi para a Alemanha estudar e tentar a carreira de atriz. Lá, trabalhou em diversas peças, batalhou muitos testes para a TV e acabou conseguindo o papel em "Lexx", que a levou ao Canadá, à Tailândia e ao Japão para gravações. Ela também atuou na série dramática "Mallorca", produzida pela TV alemã na Espanha, onde morou por um ano.
Em 2002, Louise voltou à TV brasileira com uma participação na minissérie "Aquarela do Brasil", contracenando com Thiago Lacerda e Maria Fernanda Cândido. "Me senti meio insegura, porque eu não estava mais acostumada a atuar em português, mas adorei", conta ela, que chegou também a fazer uma ponta no longa-metragem "Redentor", de Claudio Torres, no mesmo ano.
Foi o último trabalho como atriz de Louise Wischermann, que logo casou, mudou-se para o Canadá e passou a ganhar a vida como representante comercial de um produto brasileiro naquele país e sócia de um restaurante em Toronto. Em seguida, veio o diagnóstico da doença.
"Eu comecei a perceber que tinha alguma coisa de errado com a temperatura do meu corpo; quando estava nevando, eu saía de camiseta", lembra. "Mas encaro numa boa, é uma coisa que aconteceu, como tanta coisa acontece com tanta gente."
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