Atualizado às 11h46
Terminou por volta de 11h o protesto feito na manhã desta quinta-feira por cerca de 1,5 mil agricultores da Via Campesina em frente ao Expo Trade, em Pinhais - região metropolitana de Curitiba, onde acontece a 3.ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena de Biossegurança (MOP3), encontro das Nações Unidas.
Alguns manifestantes voltaram para o Parque Castelo Branco, onde estão alojados, e outros foram para as tendas armadas ao lado do Fórum Global da Sociedade Civil - evento paralelo à reunião da ONU.
A manifestação era contra o prazo de quatro anos defendido pelo Brasil para colocar em prática a identificação de cargas transgênicas - principal tema do MOP3.
O país defende que todos os carregamentos de organismos geneticamente modificados exportados ou importados sejam submetidos a testes de laboratórios para identificar exatamente que tipo de transgênico eles contêm. Porém, o Brasil vai propor que a regra passe a valer depois de um período de quatro anos para que a estrutura logística de cada país seja adaptada para se fazer a identificação e segregação dos produtos transgênicos.
É justamente esse prazo de quatro anos que os agricultores reclamam. Em entrevista à rádio CBN, o coordenador da Pastoral da Terra, Dionísio Vandresen, disse que os agricultores são favoráveis à posição tomada pelo Brasil, mas que a nova regra passe a vigorar imediatamente. "O país precisa de uma decisão radical. Reivindicamos que o governo federal fiscalize áreas onde são produzidos transgênicos", comentou.
A intenção da manifestação era chamar atenção das delegações do mundo todo, presentes no evento, sobre os prejuízos que, segundo o movimento, os transgênicos podem trazer para os agricultores. Para atingir o objetivo, os manifestantes interromperam duas das três pistas que dão acesso ao Expo Trade. O trânsito ficou lento nas ruas e avenidas próximas da sede do evento, gerando atraso na chegada de delegações ao Expo Trade.
Participam da manifestação, agricultores de quatro movimentos: MST (Movimento Sem Terra), MPA (dos Pequenos Agricultores), MAB (Atingidos por Barragens) e MMC (das Mulheres Camponesas). Na semana que vem os manifestantes informaram que seis mil agricultores farão um protesto durante o outro evento da ONU, a Oitava Reunião da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8).