São Paulo (AE) Manoel Carlos prepara-se para tratar de um assunto delicado em sua próxima novela da Globo, Páginas da Vida: a aids. Esse seria mais um merchandising social ou apenas mais um tema polêmico abordado em um folhetim se não fosse o envolvimento do autor com o assunto. Maneco perdeu seu filho Ricardo em 1988, vítima da doença.
O autor avisa que a abordagem dada ao assunto na novela (que estréia em 2006) não terá nada diretamente ligado ao seu drama pessoal. Por outro lado, o escritor assume que uma perda assim muda o jeito de as pessoas "enxergarem as coisas".
"Não pretendo, na trama, nem sequer me aproximar das circunstâncias em que meu filho contraiu a doença e morreu, mas, uma morte assim ensina também muitas coisas. Principalmente sobre amor e perdão. Pretendo enfocar em cima desses dois sentimentos a doença na novela", relata Manoel Carlos. Ele ainda não definiu qual personagem viverá o drama no folhetim.
"A trama trará uma história de amor e a aids estará presente. Será uma história humana e sincera sobre a doença", fala ele. "Não pensei ainda qual será o personagem, mas sei que será um homem, por volta dos 30." O autor conta que não quer apenas que o assunto seja tratado como um merchandising social e acredita que o público brasileiro está pronto para ver a aids ser tratada nas novelas abertamente.
"A aids está esquecida e tem dado às pessoas uma falsa idéia de segurança. Os coquetéis estão sendo eficazes, mas é uma ilusão acreditar que eles resolvam a questão. Não se pode baixar a guarda", fala o autor. "E acho que se pode construir uma história cativante ao redor da doença, para que ela seja compreendida, sem a necessidade de enfiar o dedo na cara das pessoas e enchê-las de conselhos."
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