O Bob Dylan que escreveu a clássica "Like a Rolling Stone" tinha 24 anos e não existe mais. Deu lugar a um homem de 70 anos, de movimentos vagarosos e difíceis, voz ainda mais desgastada e um tanto mais rabugento - apesar de ainda ativo e inspirado. E a canção "Like a Rolling Stone", que ainda toca nos fones de ouvido de seus fãs, atravessou os anos com seu mestre. Sorte que ele e sua obra se mantenham em constante mutação, como uma pedra rolando. Imprevisível e, por isso, tão magnífico.
Dylan chegou ao Brasil esta semana para cinco apresentações. Passou pelo Rio de Janeiro no domingo, nesta terça tocou em Brasília, depois seguirá para Belo Horizonte (quinta), duas datas em São Paulo (sábado e domingo) e, por fim, em Porto Alegre, no dia 24. Na capital paulista, ele dará as caras no Credicard Hall, sábado, às 22h, e domingo, às 20h. Ingressos, só para a segunda noite (em todos os setores, com preços que vão de R$ 150, com visão parcial, a R$ 900).
Cinco noites em que os clássicos (e outros nem tanto) serão revisitados por esse artista inquieto. Músicas lado A e lado B, em alusão aos antigos singles, em vinil. Da longa "Tangled up in Blue", do disco "Blood on the Tracks", de 1975, à atual "Beyond Here Lies Nothin", lançada em seu mais recente disco de estúdio, o inspirado "Together Through Life", de 2009.
Idolatrado por gerações, desde a década de 1960, Dylan já foi proclamado o trovador da juventude. A voz de inquietos que, como ele, não gostavam de ver o futuro que se aproximava da sociedade norte-americana, com guerras e sangue derramado.
Mas de um jeito que só Dylan pode ter, ele refutou esse rótulo. Não quer ser voz de ninguém. Só a dele, mesmo. Inconfundível, mais esganiçada do que afinada, mais aguda que grave, e, hoje, acompanhada por rouquidão. Destas sete décadas de vida, há mais de cinco, ele se esgoela por aí. De Minnesota (EUA), onde nasceu para o mundo.
Nascido em 24 de maio de 1941 e batizado como Robert Allen Zimmerman, o pequeno Bob cresceu entre judeus de sua comunidade na cidadezinha portuária Duluth. É o cidadão mais famoso dentre seus 80 mil habitantes.
O tempo e as críticas fizeram Dylan amadurecer. Se em 1967 - quando Dylan decidiu abandonar o violão e os tradicionais country e folk americanos para aventurar-se por instrumentos elétricos -, ele já era um rapaz petulante, pouco amável com jornalistas e fãs ousados, nos anos 2010, o músico é quase um recluso. Parece pouco se importar com o mundo de nós, mortais. Como os deuses da mitologia grega, quanto mais distante, mais divino. E Dylan vive em seu próprio Olimpo. As informações são do Jornal da Tarde.
Bob Dylan - Credicard Hall (Av. das Nações Unidas, 17.981. Santo Amaro). Tel. (011) 4003-5588. No site: www.ticketsforfun.com.br.
Sábado (esgotado), às 22h; e domingo, às 20h. R$ 150 a R$ 900.
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