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Manguel veio ao Brasil exclusivamente para a conferência em Curitiba. Ele vive no interior da França | Hugo Harada / Gazeta do Povo
Manguel veio ao Brasil exclusivamente para a conferência em Curitiba. Ele vive no interior da França| Foto: Hugo Harada / Gazeta do Povo

Uma conferência do escritor argentino Alberto Manguel no palacete da Sociedade Garibaldi abriu na noite desta sexta o Festival Literário de Curitiba (Litercultura). O evento organizado por Manoela Leão e Mario Helio Gomes é formado por uma série de eventos em torno da literatura que ocorrem neste final de semana em Curitiba, além de um concurso literário. Em abril, o Litercultura já havia trazido a Curitiba o prêmio Nobel sul-africano John M. Coetzee para uma conferência.

Alberto Manguel, intelectual cuja obra gira em torno dos livros, fez uma conferência de uma hora sobre o tema paraíso ("tema adequado para o Brasil", explicou, lisonjeiro) em que tentou responder à pergunta "pode a literatura ajudar a construir um mundo melhor?". Abriu sua fala citando Borges ("porque sempre há de se começar por Borges") e com ele finalizou a viagem pela cultura universal, revisando as referências à busca de um paraíso tanto após a morte quando como idealização de lugar ideal para se viver ("O paraíso é sempre um lugar ao qual não podemos voltar").

A erudição e a capacidade de fazer relações sutis entre pensadores e pensamentos não fizeram de Manguel um autor difícil nem um conferencista hermético. Simpático e bem humorado, falou de Sêneca e de Cervantes em construções que os aproximam do homem comum do século 21, das pessoas da plateia ("Cada um de nós está retratado nas páginas dos autores que chamamos de clássicos"). Contou que Mario Helio precisou arranjar-lhe um cachecol já que ele viajou desprevenido ("Não sabia que viria ao Polo Norte") e desculpou-se por falar em espanhol atribuindo sua crença de que seria compreendido à "conhecida arrogância dos argentinos". Ao fim da conferência, o autor de A História da Leitura, Os Livros e os Dias, À Mesa com o Chapeleiro Maluco entre outras obras, se dispôs a cumprimentar os leitores/admiradores e a autografar livros. Manguel veio ao Brasil exclusivamente para a conferência em Curitiba. Ele vive no interior da França.

Hoje e domingo a programação do Litercultura prossegue com outras conferências, sessões de cinema, uma sessão de grafitagem e shows de música.

O Litercultura é patrocinado pelo banco Itaú, Itaipu Binacional, Sesi e projeto Conversa entre Amigos.

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