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Danny Elfman, parceiro constante de Tim Burton, escreveu a trilha original de Alice no País das Maravilhas | Fotos: Divulgação
Danny Elfman, parceiro constante de Tim Burton, escreveu a trilha original de Alice no País das Maravilhas| Foto: Fotos: Divulgação

São Paulo - Alice no País das Maravilhas chegou às telas brasileiras neste fim de semana, acompanhado de duas trilhas sonoras. Almost Alice, oficial, mas paralela, escala artistas do pop rock em faixas inspiradas nos personagens de Lewis Carroll. Já Alice in Wonderland: Soundtrack é assinada por Danny Elfman, que está para a música dos filmes de Tim Burton como Johnny Depp e Helena Bonham Carter estão para os elencos de seus longas.

Elfman é quem maquina em forma de canções as excentricidades de Burton. São dele, para citar só algumas, as composições de Estranho Mundo de Jack, Batman, Edward Mãos-de-Tesoura e A Noiva Cadáver.

A trilha original, criada para o filme, abre com "Alice’s Theme". Orquestrada, com vocal feminino, a faixa percorre toda a narrativa, com letra que remete ao enredo – o retorno da adulta Alice ao País das Maravilhas, ou, como é dito no filme, ao Underland (à Terra de Baixo, em tradução livre). Usando ecos desse tema principal, Elfman constrói os climas da história em outras 23 faixas, indo da can­­ção de con­­tos de fadas para Alice cri­­ança à tensão de batidas primitivas nos enfrentamentos da experiência subterrânea. E vai costurando a fábula dark com coros fantasmagóricos para in­­tensificar ações, diminuir a tensão e capturar as crises de Alice e companhia.

Aos 19 anos, a personagem não é mais a mesma, talvez nem Tim Burton seja mais o mesmo, mas a trilha de Elfman é uma das maiores qualidades dessa megaprodução. Quando sobem os créditos, porém, o que se ouve é o som da canadense Avril Lavigne cantando a faixa hit "Alice (Underground)", que abre o disco Almost Alice. Avril é até eficiente em seu pop rock rebelde, cantado do ponto de vista da personagem, em primeira pessoa. O problema, de sempre, é que Avril grita de­­mais. Comercialmente, Almost Alice é uma ótima idéia, mas na prática, além de uma total falta de conexão entre suas 16 faixas, sobram poses e gemidos e falta escuridão. A produção dos escoceses Franz Ferdi­­nand,"The Lobster Quadrille", é o momento quase único em que o álbum alcança as sombras características de Tim Burton, com o detalhe de que a letra foi escrita por Lewis Carroll em si. A banda praticamente salva o CD, que não é de todo ruim.

Tirando desastres como o tatibitati radiofônico "Follow Me Down", do 3OH!3, há boas peças como "Fell Down a Hole, dos australianos do Wolfmother, ou "The Poison", do The All American Rejects. Outro destaque é "White Rabbit", canção de Jefferson Airplane revisitada por Grace Potter and the Nocturnals, cujo único senão é praticamente repetir musicalmente o que a banda pioneira do psicodelismo já havia mos trado em 1967 na gravação original.

Serviço

Alice in Wonderland: Soundtrack. Danny Elfman. Walt Disney Records. Preço médio: R$ 29,90. Almost Alice. Vários artistas. Walt Disney Records. Preço médio: R$ 29,90.

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