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Álvaro Siviero: “catarse grega” | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Álvaro Siviero: “catarse grega”| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Programa

Confira as peças que Álvaro Siviero vai tocar no MON:

Primeira parte

Chopin

- Noturno Op. 27 nº 2 em Ré Bemol Maior

- Estudo Op. 25 nº1 em Lá Bemol Maior

- Estudo Op. 10 nº 12 em Dó Menor "Revolucionário"

- Polonaise Op. 53 em Lá Bemol Maior "Heroica"

- Fantasie-Impromptu Op. 66 em Dó Sustenido Menor

- Scherzo Op. 31 nº 2 em Si Bemol Menor

Segunda parte

Chopin

- Balada Op. 23 nº 1 em Sol Bemol

- Grande Valsa Brilhante Op. 34 nº 1 em Lá Bemol Maior

Liszt

- Noturno nº 3 em Lá Bemol Maior "Liebestraum"

- Fantasia e Fuga sobre um Tema B-A-C-H

O pianista Álvaro Siviero, quando sobe ao palco, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, pretende bem mais do que oferecer ao público o prazer estético de ouvir grandes obras e o seu virtuosismo como concertista. Ambiciona aquilo que ele denomina de catarse grega. "Espero que a música diga tudo o que as palavras não conseguem falar, e precisa ser dito. Por ser imaterial, ela é a mais transcendente das artes."

É com essa missão que Siviero, 45 anos, 18 deles vividos em Curi­­tiba, se apresentará hoje à noite, no Museu Oscar Niemeyer, em recital comemorativo aos 200 anos do compositor polonês Fryderyk Franciszek Chopin. Para que essa catarse a que se refere se concretize, no entanto, o pianista, que desde 2008 vive em São Paulo, sua cidade natal, toma algumas medidas. "Eu pego no microfone e falo ao público sobre o compositor, sua vida, seus amores não correspondidos. De que forma essa alma apaixonada se faz presente na obra que ele deixou."

Mais do que formar plateias, algo que Siviero considera muito importante, essa comunicação que ele sempre busca estabelecer com o público tem intento menos didático e bem mais filosófico. Ele deseja que suas apresentações sirvam para aproximar as pessoas de uma experiência que ele considera cada vez mais rara no mundo contemporâneo, sejam elas em recitais como o de hoje, ou em concertos, como o do qual participou no último dia 20 de novembro, na Sala São Paulo, ao lado da Or­­ques­­tra Filarmônica da Cidade de Pra­­ga. "O homem moderno tem a necessidade da beleza."

Ciente de que o conceito de belo é relativo, subjetivo, e, dependendo da obra, demanda conhecimento prévio para uma apreensão mais profunda de seu significado, o pianista abraça a causa de não oferecer a quem o ouve apenas o mais palatável e reconhecível aos primeiros acordes.

No programa do recital de hoje à noite, Siviero cita como exemplo disso a peça Fantasia e Fuga sobre um Tema B-A-C-H, composição desafiadora cujo título brinca com variações da escala músical e com o sobrenome de Johann Sebastian Bach, gênio do barroco alemão, Curiosamente, não se trata de uma obra de Chopin, mas do húngaro Franz Liszt, cujo bicentenário será comemorado em 2011.

Futebol

Inquieto e "absolutamente apaixonado" pelo que faz, Siviero não para. Formado em Física pela Uni­­ver­­sidade de São Paulo (USP), onde também obteve o título de mestre em Física Nuclear, Siviero já foi professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mas hoje está voltado integralmente à música: chega a dedicar sete horas de estudo ao piano, instrumento que entrou em sua vida quando tinha apenas 4 anos.

No último ano, ele passou por dez países, tocou com a London Festival Orchestra (do célebre maestro Ross Pople) e a Budapest Orchestra, além da já citada Filarmônica de Praga. Em casa, na capital paulista, passou, em uma estimativa otimista, apenas cem dos 365 dias dos últimos 12 meses. Cansaço, estresse? Que nada. Agora, o pianista prepara-se para assumir o cargo de diretor musical de um novo auditório que será inaugurado em São Paulo, num novo prédio do Instituto Inter­­nacional de Ciências Sociais, que também funcionará como sala de concertos. Já está agendando várias atrações nacionais e internacionais.

Nas horas vagas, que não são lá muitas, Siviero gosta de gastar as energias e suar correndo ou jogando futebol, outra paixão, que lhe mantém em boa forma física. "Di­­zem que é perigoso, porque posso machucar as mãos, mas não ligo, não. Sou cuidadoso."

Serviço:

Recital de Chopin com o pianista Álvaro Sivieiro, Hoja, 20h30, no auditório do Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999), (41) 3352-4678. Ingressos a R$ 60, com apresentação e coquetel.

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