Contrato entre autor e editor impõe desafio
Serviços de leitura sob demanda têm sido experimentados há alguns anos no Brasil, mas ainda não decolaram por falta de um modelo de remuneração de direitos autorais que agradasse às editoras.
Outro desafio da Amazon são os contratos praticados entre autor e editor no Brasil.
Há alguns anos, quando se começou a falar em e-books, muitos deles precisaram ser revistos porque eram antigos e não previam a distribuição digital das obras.
Hoje, a maior parte dos contratos não contempla a distribuição por serviços de assinatura. Será preciso que autores e editores incluam aditivos a eles.
"Amanhã [quinta-feira passada] é o primeiro dia do Kindle Unlimited. Há dois anos, tínhamos 13 mil títulos digitais em português e hoje crescemos. É o tipo de coisa que evolui. Estou otimista, acho que outras editoras vão aderir daqui para a frente. É um programa de longo prazo, e agora os consumidores vão começar a experimentar o serviço", afirma Alex Szapiro. "Nosso público-alvo é qualquer pessoa alfabetizada e com acesso à internet."
Completando dois anos de atividade no país, a Amazon avança mais uma vez no mercado nacional. A varejista americana começou a operar na última quinta-feira a versão brasileira do Kindle Unlimited, seu serviço de leitura sob demanda, num modelo de negócios semelhante ao da Netflix para séries e filmes, que já lhe rendeu o apelido de "Netflix dos livros".
Começando com uma promoção de 30 dias grátis e depois cobrando R$ 19,90 ao mês , a Amazon disponibilizará um catálogo de 10 mil títulos em português (se for contado o catálogo internacional, que também estará acessível, o número é de 700 mil). O Brasil está entre os primeiros países a ter o serviço. Depois da versão americana, lançada em julho, Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha também já ganharam Kindle Unlimited.
"Isso é um quarto do catálogo total de e-books que temos disponível hoje (no site brasileiro), que conta com mais de 40 mil títulos", esclarece Alex Szapiro, principal executivo do site americano no Brasil. "O serviço entra no ar no começo das férias, então é um ótimo momento para as pessoas aproveitarem os 30 dias gratuitos.
O desafio agora vai ser convencer as grandes editoras, que respondem pela maior parte do faturamento do mercado, a aderirem ao Kindle Unlimited. E isso ainda não aconteceu.
Entre as grandes casas editoriais do país, apenas Leya e Globo Livros fazem parte do serviço. Elas trazem ao serviço alguns de seus best-sellers. No caso da primeira, a série Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin; no da segunda, os livros de Agatha Christie.
"Emprestar"
Kindle Unlimited permite ao leitor "emprestar" até dez livros por vez, que ficam armazenados e sincronizados em seus dispositivos de leitura digital (Kindle e os aplicativos para iOcomoS ou Android).
Limite
Se chegar ao limite e quiser ler outra obra, é preciso "devolver" algum título. Mesmo sem o livro, as anotações e grifos ficam armazenados e para lê-los é só baixar o livro de novo.
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