BASTIDORES
O grupo Amok Teatro inspira-se no trabalho dos dramaturgos Etienne Decroux e Antonin Artaud, que têm em comum, de acordo com Ana Teixeira, "o corpo e a linguagem física como centro do ato teatral, a recusa do teatro comercial e digestivo e a afirmação da cena como um espaço cerimonial".
O francês Stéphane Brodt trouxe para a companhia a metodologia de trabalho de ator desenvolvida por Arianne Mnouchkine no Théatre du Soleil, da França, e uma forte influência do teatro oriental.
Cartas de Rodez rendeu o Prêmio Shell de Teatro de 1998 nas categorias de melhor direção para Ana Teixeira e melhor ator para Stéphane Brodt. A peça também recebeu o prêmio Mambembe de melhor espetáculo, no mesmo ano.
O nome da companhia Amok Teatro expressa, em malaio, "loucura, espécie de raiva, de dor humana, crise mortífera e insensata". A palavra ganhou popularidade após se tornar título do romance mais celebrado do escritor austríaco Stefan Zweig, na década de 20.
Assim, o grupo diz, logo de cara, a que veio: vai apresentar, neste e no próximo fim de semana, no Teatro da Caixa, três espetáculos de seu repertório em que o corpo e a linguagem física são o centro do ato teatral.
O primeiro, em cartaz hoje e amanhã, é uma adaptação de Macbeth, de Shakespeare. Os diretores da companhia, a brasileira Ana Teixeira e o francês Stéphane Brodt, não se importaram em restituir o contexto histórico e geográfico da peça. Isso não significa que ela seja uma versão moderna da mais sombria criação do bardo inglês.
Como em todas as montagens da Amok, procurou-se uma realidade teatral, criadora de uma Escócia elaborada a partir da confluência de culturas. A música denuncia essa diversidade: é tocada com instrumentos de várias partes do mundo.
No domingo, a companhia apresenta Savina, uma viagem teatral pelo universo de uma comunidade cigana, a partir de textos de Mateo Maximof, um dos raros escritores em uma sociedade de tradição oral. "Essa travessia que fizemos com o povo cigano foi árdua, agora é hora de parar nossas carroças e instalar nossas tendas diante do público. Esperamos poder compartilhar com ele um pouco do fogo que esses nômades acenderam em nós", diz Ana Teixeira.
Cartas de Rodez, que será apresentado no próximo fim de semana, é uma seleção de cartas do ator, poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud a seu psiquiatra, durante o período em que foi confundido com um louco e internado em diversos manicônios franceses, culminando com o de Rodez, onde permaneceu de 1943 a 1946. Para não imitar o poeta, nem se distanciar completamente dele, o Amok encena um encontro imaginário entre Artaud e o dramaturgo Etienne Decroux, conhecidos por criar um trabalho de ator baseado em uma extrema precisão e rigor corporal.
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