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Cena do filme "A Troca" | Divulgação
Cena do filme "A Troca"| Foto: Divulgação

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Depois de ganhar fama atuando por décadas no papel de durões do faroeste e do implacável detetive Dirty Harry, na maturidade, Clint Eastwood firmou-se como um diretor respeitado e premiado, especialmente a partir de "Os Imperdoáveis", vencedor de três Oscar - filme, diretor e ator - em 1993.

Em seu novo drama "A Troca", em estreia nacional, uma das maiores diferenças que se nota em relação a outros filmes do diretor é que pela primeira vez a história é contada do ponto de vista de uma personagem feminina.

Embora "Menina de Ouro" (2004) fosse protagonizado por uma mulher, ela era vista pela perspectiva de um personagem masculino narrando sua vida.

Aqui, o centro da trama é Christine Collins (Angelina Jolie, indicada a diversos prêmios, uma das favoritas no Globo de Ouro e ao Oscar), uma mãe-coragem cujo filho foi sequestrado e que ousou levantar a voz contra o corrupto Departamento de Polícia de Los Angeles dos anos de 1920.

Christine é uma mãe solteira que trabalha na companhia telefônica local para criar seu filho Walter Collins (Gattlin Griffith), que acaba sequestrado. Depois de um certo descaso da polícia, o menino é encontrado e entregue à mãe com toda pompa e circunstância, com direto a muitos flashs da imprensa e matérias enormes em jornais promovendo a competência da polícia local.

Porém, Christine alega que esse não é seu filho. Aponta diversas diferenças entre o menino e o verdadeiro Walter, como a diferença de altura. O capitão que resolveu o caso, J.J. Jones (Jeffrey Donovan), no entanto, insiste que Christine está errada. O menino também garante ser ele mesmo o filho perdido.

Nesse momento, o roteiro assinado por J. Michael Straczynski, que foi baseado num caso real, abre o seu foco e mostra outro crime que chocou os EUA na época, e que, aos poucos, se mostra possivelmente relacionado com o caso de Christine.

Eastwood, que também assina a trilha sonora (indicada ao Globo de Ouro), mantém a sobriedade e a condução clássica da narrativa que sempre caracteriza seus filmes.

Com isso, ele dá mais espaço para que seu elenco se destaque. Angelina Jolie, que há muito não agarrava um papel com tanta determinação, desenvolve sua personagem com nuances - indo da mãe desesperada até uma mulher que se atreve a lutar contra um sistema.

Nessa luta, aliás, foi fundamental a ajuda do reverendo Gustav Briegleb (John Malkovich) cuja missão acredita ser desmascarar as sujeiras que o departamento de polícia da cidade varre para debaixo do tapete. Ele é um dos poucos a acreditar em Christine e a apoiá-la na busca pelo verdadeiro Walter.

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