Programe-se
Confira a programação completa do festival no Guia Gazeta do Povo
Experiências juvenis
No conto "Colégio Estadual", publicado no livro Caixa 2, do cineasta e diretor teatral Adriano Esturilho, o gato da protagonista Maria é encontrado morto debaixo do sofá, em frente à televisão, depois de vários dias se decompondo.
Depois de duas edições sediadas na vizinha São José dos Pinhais, o 3.º Abrace o Boneco Brasil realiza em Curitiba, até 6 de dezembro, o encontro de artistas locais com representantes notáveis de outros estados. Entre estes, o bonequeiro Rafael Curci, um argentino radicado em Campinas, onde exercita com a Cia. dos Gestos as possibilidades de ação dramática de seus títeres. Uma Noite em Claro é o espetáculo que Curci apresenta hoje, às 21 horas, no Teatro de Bonecos Dr. Botica, levando em conta a premissa de que, para um boneco "existir", precisa entrar em ação.
Isso significa, na explicação do bonequeiro Renato Perré (presidente da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos ABTB, promotora do evento), que uma característica básica da arte da animação de bonecos é expandir a gesticulação cotidiana, evitando o falatório estático. "O boneco se torna vivo quando age. Ele vai contra a tendência do teatro excessivamente verbalizado. Prevalece a caricatura, o exagero e a alta sutileza do movimento, contra o cotidiano", diz Perré.
No caso de Uma Noite em Claro, que se inspira em desenhos animados dos anos 30 a 50, como Tom e Jerry e Looney Toones, a trama em si é corriqueira: a história de Morpheu, um homem comum que volta para casa depois de um dia intenso, almejando uma noite de sossego. Em meio a interrupções de seu sono, a quebra do cotidiano se dá na busca desse gestual acentuado, próprio do teatro de animação.
Debater a arte bonequeira, trocando experiêcias com jovens e veteranos de outros cantos do país, é a finalidade original do Abrace o Boneco. O evento nasceu em 2006, pretendendo retomar um espaço de intercâmbio que havia sido frutífero nos anos 70 e 80, mas minguou em seguida, muito por conta de dificuldades econômicas, segundo Perré. "Não é só uma mostra de espetáculos, mas seminários, discussões e pesquisas na área", ressalta o curador.
A semana passada foi dedicada às oficinas, que permitiram o contato com o mineiro Eduardo Félix, especialista em bonecos de fio, e com o prestigiado grupo suiço Mummenschanz . Ontem, teve início o ciclo de palestras, homenageando o mestre Manoel Kobachuk. "Manoel é um fomentador de novos bonequeiros, referência para os atuantes e sempre muito generoso na passagem de conhecimento. É um ícone do nosso esforço", diz Perré.
A 3.ª edição do Abrace o Boneco Brasil recebeu apoio da Funarte, em convênio com a Associação Paranaense de Teatro de Bonecos, e auxílio logístico da Fundação Cultural de Curitiba e da Secretaria de Estado da Cultura além de apoio da Universidade Federal do Paraná nas oficinas de iniciação.
Tantos parceiros acenam com melhores perspectivas para a arte bonequeira paranaense no próximo ano, depois de um 2009 difícil, em que o Festival Espetacular de Teatro de Bonecos quase não aconteceu. "Estamos reabrindo um diálogo com o Teatro Guaíra e a Secretaria da Cultura para, em 2010, reforçar a importância de em julho termos o festival", diz o presidente da ABTB. "Parece que há uma simpatia no sentido de tentar reverter o quadro trágico deste ano."
PCC: corrupção policial por organizações mafiosas é a ponta do iceberg de infiltração no Estado
Estado é incapaz de resolver hiato da infraestrutura no país
Quase 40 senadores são a favor do impeachment de Moraes, diz Flávio Bolsonaro
Festa de Motta reúne governo e oposição, com forró, rapadura, Eduardo Cunha e Wesley Batista
Deixe sua opinião