A chegada ao Brasil de Olivier Poivre d'Arvor, diretor da CulturesFrance, no último fim de semana, deu a largada para os preparativos do Ano da França no Brasil, em 2009. A vinda do francês marca o início dos contatos com instituições e personalidades da cultura brasileira de Rio, São Paulo e Salvador. Além dessas três capitais, outras 12 grandes cidades (como Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Manaus) vão receber manifestações culturais francesas em 2009, uma contrapartida do Ano do Brasil na França, que, em 2005, contou com a presença de dois milhões de franceses. O investimento inicial da França será de dez milhões de euros.
Apesar de a programação ainda não estar definida, o diretor da CulturesFrance - organizadora do Ano da França no Brasil, e antiga Associação Francesa de Ação Artística - adiantou algumas atrações que estão sendo negociadas: uma exposição de Matisse na Pinacoteca de São Paulo e no Paço Imperial, no Rio; a vinda de François Delarozière, de Nantes, com seu teatro de animais mecânicos gigantes; e um projeto de moda de Christian Lacroix. Já em andamento está a produção da série de imagens do Brasil tiradas do alto, do fotógrafo Yann Arthus-Bertrand, dentro de seu projeto "Terra vista do céu".
- O objetivo é que o Ano da França no Brasil atinja um público de 30 a 40 milhões de pessoas - diz D'Arvor, ensaísta, romancista, ator e diretor de teatro. - A cultura clássica da França é muito importante, mas hoje temos manifestações urbanas muito fortes, sobretudo de imigrantes, africanos e árabes, que fazem parte da cultura francesa.
Segundo D'Arvor, um dos principais objetivos do Ano da França no Brasil é trazer essa cultura francesa contemporânea, mais desconhecida, atingindo também as camadas mais populares do Brasil. Para aumentar o interesse do grande público, ele tem vontade de criar uma telenovela franco-brasileira. Mas, por enquanto, isso é só uma idéia. D'Arvor pretende ainda que a abertura e o encerramento do Ano da França no Brasil ocorram no Rio, com grandes espetáculos ao ar livre.
Adido de cooperação e de ação cultural do Consulado Geral da França no Rio, Dimitry Ovtchinnikoff afirma que haverá uma busca de empresas patrocinadoras, francesas e brasileiras, da mesma forma que ocorreu no Ano do Brasil na França. Segundo ele, serão realizadas, em 2008, residências de artistas para a criação de projetos para o ano seguinte, em parceria com o programa Capacete, em Santa Teresa, no Rio.
- Por trás de tudo isso está o desenvolvimento das relações econômicas, políticas e culturais - afirma D'Arvor, lembrando que o Brasil é o único país da América Latina a fazer essa reciprocidade. México e Argentina tiveram seus anos na França, mas não organizaram "anos franceses" em casa. - É uma forma de aprofundar a relação entre os dois países.
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