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“Vinicius era tranquilo, não falava de música o dia inteiro. Lá pelas cinco da tarde, tomava seu gim-tônica. Depois partia para o uísque, até o dia seguinte. Ele dizia que a garrafa era o melhor amigo do homem", Maria Creuza, cantora | Divulgação
“Vinicius era tranquilo, não falava de música o dia inteiro. Lá pelas cinco da tarde, tomava seu gim-tônica. Depois partia para o uísque, até o dia seguinte. Ele dizia que a garrafa era o melhor amigo do homem", Maria Creuza, cantora| Foto: Divulgação

Há exatos 30 anos, ia-se o poetinha. Vinicius de Moraes falecia na banheira do seu apartamento no Rio de Janeiro. "Como ele quis", afirma Maria Creuza, voz preferida do músico, compositor e diplomata carioca. A baiana de timbre inconfundível homenageia Vi­­nicius por três vezes neste fim de semana com o show É Melhor Ser Alegre Que Ser Triste, no Teatro da Caixa (confira o serviço completo).

"Passam os anos e a gente não esquece Vinicius jamais. É uma coincidência maravilhosa cantar em Curitiba exatamente neste dia. Ainda mais sabendo, como boa baiana que sou, que ele e seu uísque estarão presentes", diz a cantora, descoberta pelo poetinha no Festival Universitário de Música Popular Brasileira na extinta TV Tupi, há mais de 40 anos, cantando "Mirante", de Aldir Blanc e Cezar Costa Filho.

Vinicius ouviu Maria. Se en­­cantou. Perguntou a todos quem era aquela moça, como conseguir o telefone dela. Conseguiu. Mar­­cou um jantar na casa dele e finalmente a conheceu. "Me senti muito à vontade, ele era muito carismático. Mais ainda com as mulheres", relembra a cantora. A música surgiu de repente, só vocal e violão entoando "Samba em Prelúdio", composição de Vinicius e Baden Powell. "Sua voz me acaricia", teria dito Vinícius para a eternidade musical de Maria Creuza.

Repertório

O show é uma homenagem a ele, mas também a Baden Powell, Toquinho e Tom Jobim, seus principais parceiros. "É uma sequência de músicas que marcaram a minha vida", explica Maria. Clássicos da música brasileira, como "Chega de Saudade" e "Garota de Ipanema" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), "Berimbau" e "Samba da Benção" (Vinicius de Moraes e Baden Po­­well), deverão ser entoados em uma só voz.

Maria Creuza – que acaba de fazer dois grandes shows na Argentina e embarca para a Eu­­ropa em outubro –, será acompanhada de Victor Velez (teclados), Jacaré(baixo) Alex Moraes (violão) e Flávio Dos Santos (bateria).

E um aviso. Apesar do 9 de julho marcar um triste episódio para a música brasileira, não há o que se lamentar. "No dia em que Vinicius se foi, eu estava fazendo um show. Ele tinha ido me ver quatro dias antes de morrer. Já estava com problemas de saúde, mas nem um pouco desanimado. Era maravilhosa a convivência com ele e os momentos em que cantamos juntos", relembra Maria. Oxalá seja assim aqui em Curitiba.

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