A Feira de Livros de Frankfurt optou por evitar o caminho da polêmica em sua escolha de convidado de honra para o próximo ano, optando pela Argentina, depois de suscitar controvérsia com seus escolhidos recentes Turquia e China.
"Para um convidado de honra da Feira de Livros de Frankfurt, isso é incomum, porque normalmente damos destaque à literatura ainda pouco descoberta", disse Juergen Boos, presidente da Feira de Livros de Frankfurt, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira.
A decisão de chamar a China para convidada de honra este ano provocou muita controvérsia devido ao histórico de desrespeito aos direitos humanos no país, à censura e ao controle exercido pelo Estado sobre o setor de livros.
A Turquia, escolhida no ano passado, também causou polêmica devido à longa tradição de restrição à liberdade de expressão no país.
No próximo ano, porém, é provável que o foco seja mais sobre a literatura que sobre a política. "No caso da Argentina, não faltam aficionados pela literatura argentina", disse Boos. "O lugar da Argentina é ocupado por memórias, antes mesmo de lançarmos nosso olhar sobre o país."
Boos mencionou imagens do tango e também da "história violenta da junta militar", e "é claro, Diego Maradona, Che Guevara e Evita Perón."
Boos também mencionou escritores como Jorge Luis Borges e Julio Cortazar e disse que a Argentina, terceiro país latino-americano a ser tema da feira de Frankfurt, tem um histórico longo de histórias em quadrinhos.
Em 1976 a literatura da América Latina foi escolhida como primeira convidada de honra em Frankfurt, e a Argentina será o terceiro país latino-americano homenageado na feira, depois do México, em 1992, e do Brasil, em 1994.
"O ano de 2010 será uma data muito significativa e simbólica para meu país, já que estaremos comemorando nosso bicentenário", disse o vice-chanceler da Argentina, Victorio Taccetti."Há quase dois séculos, em 1810, a Argentina, juntamente com outros países latino-americanos como México, Chile e Colômbia, iniciou um processo de emancipação que levou a sua declaração de independência."
Buenos Aires será a capital mundial dos livros em 2011.
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