O corpo foi velado por quase 20 horas na sede do governo de Pernambuco| Foto: Eduardo Braga/Secretaria de Imprensa de Pernambuco

O corpo do poeta, escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna foi enterrado no final da tarde desta quinta-feira (24) com homenagens de "cavaleiros medievais", personagens de sua obra.

CARREGANDO :)

O escritor de 87 anos teve um AVC hemorrágico na última segunda-feira (21), foi operado no mesmo dia, e morreu no fim da tarde de quarta-feira (23), no Recife.

O corpo foi velado por quase 20 horas na sede do governo de Pernambuco e, no fim da tarde, seguiu em cortejo em um caminhão do Corpo de Bombeiros.

Publicidade

Motociclistas acompanharam o carro e pequenas multidões se formaram no trajeto até o cemitério Morada da Paz, em Paulista (Grande Recife), para aplaudir o artista.O caixão com o corpo de Suassuna chegou ao cemitério às 16h48, sob uma salva de tiros e aplausos.

Cinco duplas de cavaleiros que simbolizavam mouros e cristãos do livro "O Romance d'A Pedra do Reino" cruzaram suas lanças sobre o caixão, assim como faziam sobre Ariano Suassuna quando ele chegava montado às cavalgadas em São José do Belmonte, no interior de Pernambuco.

Além de familiares, uma multidão de fãs acompanhou a despedida de Suassuna.

"Todos nós que fazemos cultura fomos influenciados por esse modo de pensar [de Ariano]. Aqui vamos seguir sua brincadeira, que é muito séria", disse o cantor e compositor Chico César.

Um dos netos de Suassuna leu o poema "A Mulher e o Reino", escrito pelo paraibano para a mulher, Zélia, que acompanhou toda a cerimônia.

Publicidade

Uma neta discursou, agradecendo a mobilização das pessoas que foram se despedir do autor.

Vez ou outra, alguém gritava "Viva Ariano Suassuna!", arrancando aplausos.

O grito de guerra do Sport Club do Recife, time pelo qual torcia Suassuna, foi entoado pelo público emocionado.

Às 17h21, sob chuva de pétalas de rosas brancas e vermelhas, o caixão com o corpo de Suassuna começou a ser enterrado, enquanto a família rezava.

Publicidade