Vídeos, esculturas, aparelhos cinéticos e até uma experiência de transposição de água é o conjunto da mostra Sesi Arte Contemporânea, que abre amanhã no Centro Cultural Sistema Fiep, fruto de um edital lançado pela instituição no ano passado. São exposições de quatro artistas: Chico Machado, do Rio Grande do Sul, Eduardo de Freitas, de Castro (na região dos Campos Gerais do Paraná), Jonas Arrabal, do Rio de Janeiro, e Vivaldo Vieira Neto, de Curitiba.
"A ideia foi trazer artistas de fora e uni-los aos trabalhos locais. Percebi que existia uma falta de oportunidade em editais lançados aqui para quem não é da cidade", diz a curadora, Keila Kern, que escolheu os participantes junto com os professores, artistas e críticos Deborah Bruel, Ivair Reinaldim e Paulo Reis.
Experiência
Apesar de as mostras serem individuais, a curadoria teve a preocupação de selecionar propostas que dialogassem entre si. "Buscamos trabalhos que construíssem uma experiência para o visitante", destaca Keila. Ela salienta, ainda, que o edital não tem restrições em relação ao suporte utilizado pelos artistas. "Não temos nenhum limite, o que nos interessa é a potência do projeto e do discurso da obra."
Uma das exposições que devem chamar a atenção do público é Cinema de Utilidade Pública, de Vivaldo Vieira Neto, um site specific (obra criada de acordo com o espaço) que une apropriações do seriado Spectreman a imagens de um inseto. Os vídeos são projetados em uma "caixa de cinema", montada entre duas colunas, que transmite as imagens em looping e movimentos curtos. "São imagens bem perturbadoras, e a caixa acaba sendo uma espécie de grande escultura . O Vivaldo é um menino que sempre teve ideias fortes, mas pouco espaço para expor", ressalta Keila.
Outro paranaense na mostra é Eduardo Freitas, que traz em Relatos de Expedição um projeto que une ciência (um estudo sobre insetos) e arte, com obras cuja característica principal, de acordo com a curadora, é o hiper-realismo.
Completam a exposição Aparelhos para Ritimificação, de Chico Machado, com instrumentos sonoros interativos, e Volume Morto, de Jonas Arrabal, que discute um tema pertinente em tempos de falta de água: a transposição. O artista vai expor porções de água da Lagoa de Araruama (RJ) armazenadas em galões, além de gravações de textos sobre a obra.
Uma hora antes da inauguração, às 19 horas, os artistas conversam com o público na Sala Multiartes.
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